Por que Voa Brasil, de passagens aéreas a R$ 200, continua sem data para decolar?

Companhias aéreas dizem que não teriam como colaborar com o programa enquanto não for resolvido problema prioritário: a falta de recursos

Equipe InfoMoney

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O programa Voa Brasil — que prevê passagens a R$ 200 para aposentados, pensionistas e estudantes de baixa renda — não deve decolar tão cedo. Nos bastidores, as companhias aéreas admitem que não teriam como colaborar com o programa enquanto não for resolvido seu problema prioritário: a falta de recursos.

O governo prepara um pacote de auxílio financeiro para as empresas do setor, com a criação de um fundo de R$ 6 bilhões para que essas empresas possam se capitalizar e renegociar suas dívidas. A modelagem desse fundo, porém, não está pronta e a previsão é que ainda demore mais algumas semanas. A partir daí, então, o Voa Brasil pode decolar, segundo informações de “O Globo”.

O Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, vinha dizendo que o lançamento seria feito no dia 5 de fevereiro, mas isso não se confirmou. O projeto já vem se arrastando desde o ano passado, quando o ministério ainda estava sob o comando de Marcio França. Com a troca de ministros, o lançamento do Voa Brasil foi adiado seguidas vezes para ampliação do projeto. Inicialmente, a pedido do presidente Luis Inácio Lula da Silva, a ideia era incluir, além das passagens aéreas mais baratas, outras vantagens voltadas ao turismo. Costa Filho havia dito que a expansão abarcaria também viagens internacionais.  

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Pelo programa, o governo ajudaria a gerenciar as passagens ociosas das companhias aéreas, sobretudo dos voos fora da alta temporada. Anteriormente, o Ministério de Portos e Aeroportos já havia frisado que não haveria nenhum tipo de subsídio por parte do governo e que o programa utilizará somente assentos ociosos nos voos domésticos. Mas agora, sem a ajuda do fundo, isso seria impossível.

Quem será beneficiado?

O programa é direcionado a aposentados, pensionistas e estudantes do Prouni. Os interessados poderão entrar no site ou aplicativo do Voa Brasil e comprar até duas passagens por ano, com direito a um acompanhante em cada trecho. Se a pessoa não voou nos últimos 12 meses, ela terá direito a quatro passagens. Inicialmente, espera-se que pelo menos 50 mil passagens sejam oferecidas por mês a R$ 200 por trecho, podendo chegar a 1,5 milhão mensais, conforme cálculos do ministério. Assim, o valor total das passagens para um casal, ida e volta, chegará a R$ 800, por exemplo, que poderá ser parcelado em até 12 vezes junto aos bancos Caixa e Banco do Brasil.

O comprador não poderá escolher qualquer destino, apenas os lugares que estiverem disponíveis no site e no aplicativo do Voa Brasil. A hospedagem também não está incluída, porque o programa prevê somente passagens. Mas ideia é que hotéis também ofereçam descontos nos períodos de baixa temporada, para receber os turistas beneficiados pelo sistema.

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Empresas como Latam, GOL e Azul já aderiram ao projeto, que pode ajudar a completar a lotação dos voos e reduzir as perdas com ociosidade. Os períodos que estarão disponíveis para viagem vão de fevereiro a junho e de agosto a novembro, quando a ociosidade nos voos domésticos atinge 21%.