Como o “Brexit” pode prejudicar Game of Thrones

Fundo europeu financia projetos na Irlanda do Norte, onde ocorrem boa parte das filmagens

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – A votação pela saída do Reino Unido da União Europeia terá impactos políticos e econômicos, mas também pode afetar o entretenimento. E a série mais popular da atualidade, Game of Thrones, seria uma das mais prejudicadas.

Isso porque boa parte das cenas da série – incluindo a batalha épica do episódio mais recente – têm como endereço de gravação localidades na Irlanda do Norte, e recebem apoio financeiro de um fundo da União Europeia, o European Regional Development Fund, para isso. Como o fundo foi criado para impulsionar o crescimento econômico dentro do bloco, a produção de Game of Thrones pode deixar de ser apta a receber esse dinheiro.

A HBO se recusa a comentar a possibilidade de perder esse financiamento. Dentre as localidades que aparecem na série já estiveram Espanha, Croácia e Malta; mas também há cenas que se passam na Islândia, que não faz parte da UE.

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O site Foreign Police revelou que outras produções audiovisuais britânicas receberam cerca de US$ 32 milhões nos últimos sete anos de organizações como a Creative Europe.

Essa pode ter sido uma das razões para as quais muitos artistas se posicionaram contra o Brexit desde antes da votação. Noventa e seis por cento dos membros da Creative Industries Federation, em Londres, se opuseram à saída.

Esperança

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Tudo isso, todavia, não passa de uma possibilidade.

O Tratado de Lisboa – que emenda o Tratado da União Europeia e está em vigor desde 2009 – documenta que a saída de países da União de maneira unilateral tem até dois anos de prazo para de fato se retirar das regras, tempo que pode ser prorrogado por decisão unânime do Estado-membro.

Segundo o site português Económico, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, já advertiu que o caso do Reino Unido pode ser ainda mais longo. Para ele, pode levar até sete anos entre quebra de regras existentes internamente e a aprovação do quadro de relacionamento externo entre Reino Unido, os demais membros e o Parlamento Europeu.

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Até as mudanças serem efetivadas, portanto, a série prevista para acabar em 2018 já pode ter encerrado as gravações.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney