Apple card é acusado de oferecer limites menores para mulheres, e Wall Street abre investigação

Consumidor compartilhou que conseguiu um limite 20 vezes maior do que o a da sua esposa sem motivo aparente

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Um post no Twitter viralizou e deu início a uma investigação formal sobre uma suposta discriminação de gênero por parte do algoritmo que define o limite de crédito do Apple Card.

O novo cartão de crédito da Apple foi lançado oficialmente em setembro nos EUA, com alarde.

Na última quinta-feira (7), o programador e escritor David Heinemeier Hansson compartilhou uma série de tuítes explicando que ele recebeu um limite de valor de gasto no cartão de crédito 20 vezes maior que o de sua esposa, apesar de o casal apresentar declarações fiscais conjuntas. Pior: ela tem uma pontuação de crédito mais alta.

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Na rede social, Hansson escreveu que o Apple Card é “sexista”. “Minha esposa e eu enviamos declarações fiscais conjuntas, temos um regime de comunhão parcial de bens e somos casados ​​há muito tempo. No entanto, o algoritmo da Apple acha que mereço 20 vezes o limite de crédito que ela merece.” O post tem mais de 12 mil curtidas e 5 mil retuítes.

Após entrar em contato com o atendimento ao cliente da empresa, Hannsson disse que os representantes insistiram em dizer que a diferença de limite era resultado do algoritmo e insinuaram que havia um problema com o aplicativo dela.

A série de tuítes atraiu a atenção de figuras notáveis, incluindo o co-fundador da Apple, Steve Wozniak, que compartilhou que teve uma experiência semelhante.

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“A mesma coisa aconteceu com a gente. Eu consegui um limite dez vezes maior. Não temos contas bancárias separadas, cartão de crédito ou qualquer outro ativo separado. Difícil encontrar um humano para a correção”, escreveu Wozniak.

Em resposta, o Departamento de Serviços Financeiros de Nova York, regulador de Wall Street, abriu oficialmente uma investigação sobre as práticas dos algoritmos do Goldman Sachs, parceiro da Apple na iniciativa do cartão, segundo informações da Bloomberg.

“O departamento conduzirá uma investigação para determinar se a lei de Nova York foi violada e garantir que todos os consumidores sejam tratados igualmente, independentemente do sexo”, disse Linda Lacewell, superintendente do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York, em entrevista à Bloomberg.

“Qualquer algoritmo que intencionalmente ou não resulte em tratamento discriminatório de mulheres ou qualquer outra classe de pessoas protegidas viola a lei.”

Em comunicado, o Goldman negou práticas discriminatórias ao determinar e estabelecer limites de crédito.

“Como qualquer outro cartão de crédito individual, sua inscrição é avaliada forma independente”, disse o porta-voz da Goldman, Andrew Williams, em comunicado divulgado também no Twitter no último domingo (10).

“Em todos os casos, não tomamos e não tomaremos decisões com base em fatores como sexo”.

https://twitter.com/gsbanksupport/status/1193703266003177472?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1193703266003177472&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.businessinsider.com%2Fapple-card-faces-investigation-over-gender-discrimination-allegation-2019-11

Hannson também disse no Twitter que os consumidores merecem mais informações sobre o processo de limite de crédito, e empresas como a Goldman devem esclarecer suas metodologias.

“Deveria ser lei que as avaliações de crédito produzissem um dossiê acessível detalhando como o algoritmo funciona, com a chance de corrigir os defeitos e explicassem claramente por que as diferenças se aplicam. Precisamos de transparência e justiça”, afirmou.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.