Anvisa se posiciona sobre Carne Fraca; ácido ascórbico é permitido

Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem papel na fiscalização de alimentos em conjunto com outros órgãos

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Depois da deflagração da Operação Carna Fraca na última sexta-feira, caracterizada pela Polícia Federal como a maior já realizada no país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou um esclarecimento a respeito do seu papel na fiscalização de alimentos. Também esclareceu pontos sobre o armazenamento de alimentos, denunciado pelos policiais. 

Na nota, o órgão esclarece que o controle dessa área no país é competência de mais de uma frente, cabendo à Anvisa “o estabelecimento das normas relativas aos aditivos permitidos a serem utilizados em alimentos, em consonância com mecanismos internacionais de harmonização”.

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De acordo com a nota da agência, os produtos cárneos podem conter ácido ascórbico, ou vitamina C, como antioxidante. A substância foi denunciada pela Polícia Federal na divulgação da operação e seu consumo em excesso, de acordo com médicos e especialistas, está associado a pedras nos rins e outras complicações de saúde.

Sobre o ácido sórbico, a agência ressaltou que não há caracterização do aditivo como carcinogênico. “Essa substância pode ser empregada nos produtos secos, curados e/ou maturados embutidos ou não e nos produtos salgados crus. Nesses casos, seu limite de uso é de 0,02g por 100g do produto e sua aplicação está limitada ao tratamento externo da superfície desses produtos”, esclarece a Anvisa.

Por outro lado, o uso desses produtos para “encobrir falhas no processamento do alimento ou alterações na qualidade das matérias-primas utilizadas em sua elaboração”, como denunciado pela polícia, é expressamente proibido.

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Ações de fiscalização

Quanto a ações de busca por irregularidades, a Anvisa afirma que realizou diversas inspeções. “As ações de inspeção sanitária tiveram como foco o risco à saúde, priorizando empresas com reincidência em infrações sanitárias e com grande número de produtos irregulares. Somente em um estabelecimento foram interditados, cautelarmente, mais de 12 toneladas de produtos semiacabados e mais de 250 produtos finais diferentes da empresa, o que resultou em 19 autos de infração”, listou.

Confira a nota, na íntegra, neste link.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney