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SÃO PAULO – Ao contrário do que aconteceu com os demais combustíveis, que diante do forte recuo do dólar já sofreram reduções de preço, o mesmo não aconteceu com o gás de cozinha, ou GLP.
Desta forma, o GLP residencial teria sido o único combustível que não teria sofrido redução de preços, ao mesmo tempo em que o GLP comercial e industrial já teria baixado pelo menos duas vezes no ano. Este cenário, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), estaria contribuindo para uma queda no consumo de gás de cozinha em relação ao mesmo período em 2002.
Queda no trimestre é de 15%
Somente nos dois primeiros meses de 2003, a ANP estima que houve uma queda de 7,4% no consumo de gás GLP em relação ao mesmo período em 2002. A competição de gás natural e o alto preço do produto seriam os principais fatores por trás da queda no consumo.
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Desde o final de 2001, o preço do botijão de 13 kg teria aumentado em cerca de 58% ao subir de R$ 18,69 para os atuais R$ 29,60 registrados na primeira semana de maio deste ano. Neste mesmo período, a gasolina subiu 20% e o gás natural 36,5%.
Os dados da ANP apontam para uma queda constante do volume consumido de GLP desde setembro do ano passado, sendo que em fevereiro deste ano o consumo caiu para 865,3 mil m3, seu pior nível nos últimos quatro anos. O presidente da Federação Nacional de Revendedores de GLP (Fergás), Álvaro Chagas, estima que no acumulado do primeiro trimestre deste ano a queda seja ainda mais intensa, de cerca de 15%.
Altos estoques podem levar a crise entre revendedores
A queda no consumo também pode ser constatada através de outra estatística, o tempo médio que o consumidor fica com um botijão de 13 kg.
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Enquanto na década de 90 o consumidor ficava com o mesmo botijão em média 35 dias, atualmente ele fica cerca de duas semanas a mais, ou 50 dias. Os próprios revendedores estimam que este número deve aumentar em mais duas semanas para 65 dias nos próximos anos, pressionando ainda mais o consumo de GLP.
Segundo o presidente da Fergas o consumo deve se manter em queda até 2005, impulsionada também pelo menor consumo dos fogões mais modernos. Diante deste cenário, o presidente da Fergás teme uma crise no setor ainda em 2003, uma vez que os revendedores estão trabalhando com altos estoques e podem enfrentar dificuldades para pagar seus fornecedores diante da forte queda no consumo.