10 carros mais vendidos em 2023 têm até 19% de desvalorização; veja ranking

Líder de desvalorização entre os mais vendidos é o SUV Chevrolet Tracker, segundo levantamento da KBB

Giovanna Sutto

(Divulgação/Fiat) Fiat Strada 2020

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Todos os 10 carros mais vendidos do Brasil em 2023 sofreram desvalorizações, entre 1,5% e 19,08%. A Fiat Strada, líder de vendas, apresentou um dos maiores percentuais, com uma queda de 16,06%, de acordo com levantamento da KBB Brasil, consultoria automotiva.

Em janeiro do ano passado, a picape zero quilômetro custava, em média, R$ 119.652, enquanto o preço de revenda do mesmo modelo seminovo caiu para R$ 100.434, em dezembro, segundo o estudo.

O primeiro lugar em termos de desvalorização ficou com o Chevrolet Tracker, com uma queda de 19,08% no ano. O modelo foi o segundo SUV mais vendido em 2023 e o nono carro mais emplacado. O preço médio despencou dos R$ 134.382 cobrados em janeiro, quando era zero quilômetro, para R$ 108.730 em dezembro, como seminovo.

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Outro modelo em destaque em 2023, com 102 mil emplacamentos, o Chevrolet Onix teve uma depreciação muito parecida com a da Fiat Strada: 16,07%. O preço médio do hatch 0km, que era de R$ 96.906 em janeiro, caiu para R$ 81.332 em dezembro.

Na outra ponta, o destaque fica com o Volkswagen Polo, que registrou a menor queda nos preços entre os modelos mais vendidos. O hatch, que foi o segundo colocado no ranking geral e o líder entre os veículos de passeio, teve depreciação de 1,50%. O preço médio do Volkswagen Polo zero quilômetro, que era de R$ 92.190 em janeiro, caiu para R$ 90.788 em dezembro, como seminovo.

No estudo, a KBB estabeleceu o preço médio do carro 0 km em janeiro e o preço médio de revenda do mesmo modelo seminovo em dezembro para calcular a desvalorização média. A lista considera apenas os 10 veículos mais vendidos do país no acumulado do ano, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), e com ano-modelo 2023.

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De acordo com a Fenabrave, foram comercializados no Brasil 2.179.363 automóveis e comerciais leves em 2023, volume 11,3% superior ao ano anterior.

Confira lista das maiores desvalorizações entre os carros mais vendidos em 2023:

Modelo (posição no ranking de mais vendidos)Emplacamentos 2023Desvalorização média em 2023Preço médio 0km jan/23Preço médio Seminovo dez/23
Chevrolet Tracker (9º)66.65119,08%134.382108.730
Chevrolet Onix (3º)102.04916,07%96.90681.332
Fiat Strada (1º)120.60316,06%119.652100.434
Chevrolet Onix Plus (5º)74.89814,22%104.49389.627
Fiat Mobi (6º)73.43313,35%70.69361.252
VW T-Cross (7º)72.44812,72%151.095131.873
Hyundai Creta (10º)65.82611,70%146.333129.160
Fiat Argo (8º)66.72011,35%86.58376.751
Hyundai HB20 (4º)88.90911,10%96.70185.936
VW Polo (2º)111.2471,50%92.19090.788
Fonte: KBB

Por que olhar a desvalorização?

A desvalorização representa o ritmo em que o carro perde valor com o passar do tempo. É um indicador que aponta se o carro seminovo tende a ser bem comercializado no mercado ou não. “A desvalorização por si só não deve ser o critério único para a compra ou venda de um carro. Ela é uma informação sobre o veículo, bem como o consumo de combustível, valor do seguro, itens de segurança, por exemplo”, alerta Milad Kalume Neto, diretor da consultoria automotiva Jato Dynamics.

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Na hora da tomada de decisão, dificilmente o consumidor vai conseguir com certeza a informação de desvalorização do modelo que o interessa. Projetar a desvalorização de um veículo é complexo porque o conceito envolve uma série de variáveis, segundo o especialista da consultoria.

“Entre a lista de itens que influenciam na desvalorização de um veículo, a aceitação do público é a primeira delas. Quanto mais o carro é vendido, menos desvalorizado ele tende a ficar. Há outros pontos que influenciam esse índice, senão os carros mais vendidos teriam uma desvalorização baixa, o que não foi o caso em 2023”, afirma o executivo.

Ele cita a qualidade da assistência técnica, quantidade de pontos de atendimento, custo de mão de obra e disponibilidade das peças como questões importantes no patamar de desvalorização ou valorização de um veículo. “Quando a pessoa compra o carro e tem um atendimento de qualidade e rápido com o carro é um ponto positivo, melhora a percepção do modelo e, por consequência, a desvalorização tende a ser menor”, diz Kalume Neto.

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Ele apontou outros dois fatores que influenciam também na desvalorização: quantidade de vendas diretas, ou seja, venda do modelo para locadoras e possibilidade de o modelo sair de linha e/ou sofrer uma reestilização.

“A locadora compra uma quantidade do modelo e, depois de alugá-lo, revende para o mercado. Ao fazer isso, aumenta a oferta desse veículo, mas não necessariamente o público vai querer comprar naquele momento, o que pode fazer o preço cair e impulsionar a desvalorização”, explica o diretor da Jato Dynamics. “Além disso, se há a perspectiva de o modelo parar de ser fabricado, a depreciação aumenta consideravelmente”, complementa.

Exemplo disso é o Volkswagen Gol, que parou de ser fabricado, e em 2022 sofreu a maior depreciação (13,74%) entre os carros mais vendidos.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.