Guiada pelos juros, CCR deve apresentar melhora operacional no terceiro trimestre; confira prévia
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SÃO PAULO – Em vista da expectativa de queda da Selic, que deve recuar de 8,25% para 7,5% na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) desta quarta-feira (25), caminhando para a mínima histórica de 7,25%, as ações que se beneficiam com a queda dos juros ganharam espaço na Carteira Recomendada InfoMoney de outubro (confira o portfólio completo), como foi o caso da CCR (CCRO3), que entrou com participação de 10,1%, a quinta maior entre os papéis recomendados.
Além de ser um “call de juros”, a entrada das ações foi uma boa oportunidade gerada em setembro, mês que o papel recuou 8,3% da máxima cravada (R$ 18,87) no dia 18 e encerrou com alta acumulada de apenas 1,4%. Para se ter uma ideia da correção, Ecorodovias (ECOR3), que é seu par em bolsa, encerrou o mês passado com valorização de 6,6%. Essa queda chamou os comprados e o papel já sobe 5% neste mês, precificando também a expectativa positiva para o resultado do terceiro trimestre, que será publicado na próxima quinta-feira (26), após o fechamento do mercado.
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Logo nas primeiras linhas já deveremos ter uma surpresa positiva: depois de 12 trimestres, a concessionária de rodovias finalmente apresentará crescimento do volume de tráfego, segundo as estimativas dos analistas de Itaú BBA e BTG Pactual. O avanço projetado de 4% em comparação ao terceiro trimestre do ano passado está relacionado à evolução do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, que, segundo o último Relatório Focus, deve crescer 0,73% em 2017 e 2,50% no ano que vem. A “economia girando” se traduz em maior fluxo de veículos pesados, via transporte de cargas e mercadorias, como também de leves.
Somado ao aquecimento econômico, o aumento das tarifas de pedágio nos últimos meses deverá inflar as receitas no terceiro trimestre. Entre julho e agosto, os preços cobrados na NovaDutra, Autoban e RodoAnel, que são as três praças que possuem maior fluxo de veículos, segundo dados do resultado do segundo trimestre, sofreram reajuste médio de 5%. Segundo as estimativas da Bloomberg, a receita líquida deve atingir R$ 2,11 bilhões, o que representa um crescimento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Efeito da queda de juros Com a perspectiva de queda dos juros, as empresas do setor de concessão e infraestrutura são beneficiadas por este movimento, uma vez que essas companhias possuem fluxos de caixa previsíveis por trabalharem com grandes projetos de longo prazo com valuations próprios. Cada projeto tem uma TIR (Taxa Interna de Retorno) estabelecida e a atratividade dos papéis é majoritariamente determinado pela diferença entre a Selic, que trabalha como taxa livre de risco, e a TIR, que embute o risco do empreendimento. Portanto, quanto menor a taxa de juros, maior a atratividade das ações de empresas desse tipo. Além do efeito nos negócios da empresa, a queda de juros ajuda também na redução das despesas financeiras, dando maior espaço para o crescimento do resultado operacional. Com mais de R$ 14,7 bilhões em dívidas líquidas, sendo 68% indexada ao CDI, conforme os dados do último resultado, fica fácil perceber o benefício da queda dos juros nos números da empresa. De acordo com as estimativas compiladas pela Bloomberg, a queda das despesas financeiras deve resultar em um aumento de 17% no lucro líquido ajustado em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o que acabará fortalecendo ainda mais a geração de caixa de companhia, fatores que fazem de CCR a preferida do BTG dentro do setor de concessões. Confira os números esperados para o terceiro trimestre de 2017: *Dados e estimativas compiladas da Bloomberg Novos projetos? Sem dúvidas, esse será um dos temas da teleconferência da companhia que será realizada na sexta-feira (27) – um dia após a divulgação do resultado – a partir das 11h00 (Horário de Brasília), momento quando diretores e o RI (Relação com Investidores) explicarão os números reportados e vão responder as perguntas dos analistas que fazem a cobertura das ações. Gostou desta análise? Clique aqui e receba-as direto em seu e-mail!em R$ milhões 3T17E* 3T16* 3T17E/3T16 Receita líquida 2.108 2.007 +5,03% Ebitda 1.340 1.303 +2,84% Lucro líquido 420 248 +17,09%
Com a expectativa de um bom resultado no terceiro trimestre e o fortalecimento do caixa, a empresa pode voltar a participar de novos leilões de infraestrutura, especialmente de estradas, aeroportos e projetos de mobilidade urbana. Diferente dos últimos anos, quando as taxas de retornos oferecidas eram totalmente distorcidas, para não dizer fora da realidade, o governo atual possui maior racionalidade econômica e a necessidade de sucessos nesses leilões por conta do cumprimento da meta fiscal podem abrir boas oportunidades para a empresa.