Fim de ano

Nova mudança de discurso do FOMC e pautas no parlamento

Alexandre Aagesen

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Publicidade

Todo mundo já falou alguma coisa que se arrependeu depois. Muitas vezes você se arrepende ENQUANTO está falando. Você sabe, já passou por isso. Você tenta ‘desdizer’, mas já tarde demais: o estrago está feito. Um jovem rapaz de 70 anos, fazendo molecagem, sabe como esses garotos podem ser, diz para todo mundo que vai cortar taxa de juros no ano que vem e que não precisa manter juros tão alto assim. É claro que era brincadeira, não é pra levar a sério. Ele falou no calor do momento, sem pensar. Foram só dois dias com 18 outros especialistas no assunto tentando decidir o que iam falar. Não dá para levar a sério, estava de cabeça quente, coitado. Dia seguinte (ontem), eles já vieram falar que era brincadeira, lógico que vai manter juros altos. Os discursos dos diretores do Fed ontem não parecem ter sido feitos pelo mesmo grupo do Dot Plot. Gastaram discurso: devidamente ignorados.

Todo fim de ano, você tem três tipos de pessoas: a que já desistiu, e está na praia; a que já entregou tudo que precisava e está na praia; e finalmente, aquele que queria estar na praia, mas está entregando tudo ainda. Fechando boleta de 100 milhões aqui, alocando 72 milhões do outro lado, e discutindo tudo que não discutiu no semestre inteiro. Esse terceiro caso, claro, estou falando dos digníssimos parlamentares. Vetos, PLs, Reformas. Entre ontem à noite e hoje, o Lira e o Pacheco colocaram umas 745 pautas pra plenário. Até parece estratégia para nenhum tema receber atenção em demasia. (Talvez seja mesmo).

E todo fim de ano, aquele peru que não morreu na véspera, acaba descobrindo seu destino. E o destino é o corte. Não, não estou falando do animal. Estou, naturalmente, falando do país, cortando taxas de juros. 2021 foi quando os Emerging Markets começaram a subir juros. 2022, foi a vez dos Developed Markets. 2023, os EM começaram a cortar. E 2024 será a vez dos DM. Vamos ver um movimento sincronizado (mas não coordenado) como raras vezes antes. Preste atenção.

Continua depois da publicidade

Ficou com alguma dúvida ou comentário? Me manda um e-mail aqui.

Tópicos relacionados

Autor avatar
Alexandre Aagesen

Com mais de 16 anos de mercado financeiro, é CFA Charterholder, CAIA Charterholder, autor do livro "Formação para Bancários", professor convidado e Investor na XP Investimentos