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Os melhores do ano no mercado automotivo, parte 3: o ressurgimento da VW

Para fechar nossa trilogia de fim de ano, temos a honra de dizer que a marca alemã foi a grande vencedora do nosso Troféu Joinha!
Por  Raphael Galante -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Caros leitores, digníssimas leitoras: estamos no último dia de dezembro, encerrando o infame ano de 2020, e o setor automotivo finaliza com pouco mais de 1,95 milhão de carros vendidos, o que representa uma queda de 26,6% sobre o ano passado, quando tivemos 2,66 milhões de carros vendidos.

E, para fechar a nossa trilogia, apontamos quais foram os destaques deste ano.

Na primeira abordagem, reforçamos que o mercado de carros de luxo é imune à crise, com destaque para a Volvo. Depois falamos sobre a questão do crédito, que teve um resultado espetacular neste ano, salvando o setor.

Por fim, temos a honra de dizer que a Volkswagen foi a grande vencedora do nosso Troféu Joinha!

Ok… vocês vão apontar outras marcas que tiveram resultado melhor que a da VW, como o pessoal da Fiat ou Jeep, entre outras. Mas o ponto aqui é que coroaremos o ressurgimento da marca. Para entenderem melhor a situação, vejam como evoluiu o market share da montadora nos últimos 15 anos.

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A Volkswagen, que durante muito tempo deteve ¼ do mercado automotivo, entrou nesta década errando mais que este vil estagiário (e olha que o que a gente erra não é brincadeira).

Os alemães – por incrível que pareça – fizeram uma sucessão de erros “crássicos” e dos mais diferentes possíveis: a letargia para trazer novos produtos, modernizar os que já existiam, tirar produtos cativos sem trazer um substituto, matar financeiramente seus sistemistas… poderíamos ficar aqui listando “n” problemas que a marca causou para ela mesma.

O grande problema dos alemães da VW é que eles se achavam (e ainda se acham) muito “über”. E eles esqueceram que aqui é tudo “HUE BR”! E, aí, deu ruim para eles.

Percebam que no período de 2006 até 2016, a marca perdeu metade do seu share. Eles saíram de uma participação de 22,4% para 11,5% em 2016.

Mas o grande ponto positivo para a marca é ter conseguido ressurgir das trevas! A nova VW iniciou este ciclo com novos produtos, tecnologia e um pouco mais “amiga” de todos os elos da sua cadeia de produção.

Eles trocaram o seu portfólio para produtos de maior valor agregado. Ou seja, mataram a Kombi dos feirantes e estão vindo com tudo no nicho de SUV´s (que é o novo queridinho do mercado).

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Sim, o carro mais vendido continua sendo o GM/Onix. Contudo, o SUV mais vendido (segmento mais desejado) foi o VW/T-Cross. Você conseguir emplacar um veículo com menos de dois anos de vida como o SUV mais vendido já é um baita mérito. Agora, conseguir colocar outro SUV – VW/Nivus – como o décimo SUV mais vendido, tendo apenas seis meses (mal completados) de vida, é de tirar o chapéu.

Além disso, a marca ainda lançará o seu terceiro SUV em menos de três anos, VW/Taos, para brigar com o já cansado Jeep/Compass.

Se no final deste ano GM e locadoras não deixaram a VW voltar a ser líder de vendas, para o ano que vem a situação da VW mudará.

A briga pelo posto número 1 do mercado em 2021 continuará difícil, mas podemos apontar que a VW será a marca que mais venderá SUVs no ano que vem.

A diferença da VW para a Jeep neste ano no segmento de SUVs foi de uns 25 mil carros. Agora, imagine a VW com as vendas “full ano” de T-Cross e Nivus, com o lançamento do seu novo veículo (Taos), além da Tiguan fazendo o arremate final da gama?

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Para ajudar ainda mais o pessoal da VW, o pessoal da Jeep vai gastar grande parte do seu tempo tentando saber (e resolver) o que vão fazer com as marcas Peugeot-Citröen no ano que vem.

No mercado automotivo os resultados são alcançados no médio/longo prazo. E o pessoal conseguiu tirar a VW do fundo do poço para, em quatro anos, colocar a marca em uma posição de destaque.

Deixaram de ser uma fabricante de Gol/“Kombi-feirante” para hoje ofertar os melhores produtos, nos segmentos mais desejados e com um ticket médio bem mais alto. E entrar no próximo ano, com um cenário extremamente positivo. E eis o motivo do nosso Troféu Joinha para eles.

Finalizando, temos as nossas menções honrosas:

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– O pessoal da CAOA/Chery, por meio do Carlos Alberto “Midas” de Oliveira Andrade. A marca foi a que registrou o melhor resultado este ano, com queda de 0,6% nas vendas contra uma retração do mercado de 26,6%;
– O pessoal da FCA, que conseguiu gerar um desejo avassalador na reformulada Fiat “Pato” Strada (quarto carro mais vendido), ajudando em muito o desempenho da marca. E, com isso, a empresa vem se consolidando fortemente como uma marca “picapeira”;
– A GM, que cravou o hatch pequeno e o sedan pequeno mais vendidos (mais uma vez) com a família Onix.
– E, por fim, mas não menos importantes, as locadoras, que “esfolaram” e continuarão fazendo o mesmo com boa parte das montadoras. Mas estão no papel delas – azar das montadoras que se sujeitam a isso.

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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