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O hábito comum que pode destruir as suas finanças

Dados do Banco Central mostram que parcelamentos e compras por impulso são os motivos principais para o endividamento
Por  Carol Sandler -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Eu já vi verdadeiras histórias de terror quando o assunto é a vida financeira das minhas seguidoras. Dívidas milionárias, brigas que levaram a divórcios e famílias separadas. Todas elas tinham em comum um único hábito:

Gastar sem fazer as contas.

Pode parecer algo simples e até casual. Afinal de contas, quem foi que nunca disse “Eu mereço!”, ou o contemporâneo “É para isso que eu trabalho!”? Isoladamente, fazer uma ou outra compra sem se preocupar não é algo perigoso. No entanto, no acumulado do tempo, isso se torna algo tóxico.

Este hábito tem sua raiz na cultura de consumo na qual vivemos. O problema é que criamos uma ilusão coletiva: você não precisa ter dinheiro para ter o que quiser. Dá para parcelar em dez vezes no cartão, “sem juros”. Depois você dá um jeito. A entrada é zero e você só começa a pagar daqui a 90 dias. “Quer pagar quanto?”. E assim por diante.

Só que a compra parcelada é a vilã da maioria dos casos de endividamento no Brasil – segundo pesquisa do Banco Central (BC), parcelamentos e compras por impulso são, respectivamente, o primeiro e o segundo motivos principais para o endividamento. Questões como perda do emprego ou diminuição de renda são menos citadas do que a falta de organização e planejamento financeiro.

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Quando gastamos sem fazer as contas, não consideramos nossa situação financeira na hora de tomar a decisão. O que pesa é apenas o desejo. Se o item estiver em liquidação, melhor ainda. “Vale a pena”, é o que pensamos.

Mas vale a pena para quem? Para o bolso do consumidor ou do vendedor?

Quando as compras se acumulam, é fácil perder o controle. Quer um exemplo? Pense, então, nos gastos mensais com aplicativos de transporte e entrega. Isoladamente, parecem inofensivos. Quando chega a fatura, por outro lado, a situação muda de figura. Ao somar todos, o impacto sobre o orçamento fica claro.

O pior é que este descontrole financeiro poderia ser evitado de forma simples – ou melhor, depende de como você deseja olhar a questão.

Não faltam apps que ajudam a controlar e categorizar os gastos – alguns automáticos, como o Guiabolso, outros “manuais”, como o Mobills. (Eu, particularmente, sou fã deste segundo, pois acredito na importância de ter cuidado ao registrar periodicamente as despesas).

Alguns apps dos próprios bancos e cartões de crédito mostram com transparência o total acumulado da fatura. Tem gente que prefere o caderninho, e tem quem ache mais simples acumular os recibos e passar todas as informações para a planilha no final da semana.

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Não importa tanto o método – desde que você tenha um.

Muitas vezes, o simples ato de consultar o extrato uma vez ao dia já resolve a maioria dos problemas.

Com tantas promessas de ano novo, está aí uma simples de colocar em prática, porém poderosa.

Boas festas, queridos leitores!

Carol Sandler É fundadora da plataforma online Finanças Femininas e da TV Carol Sandler, a primeira TV digital de uma influenciadora brasileira, além de sócia e diretora de conteúdo da Ella's Investimentos. Também é autora do livro Detox das Compras e coautora de Finanças Femininas – Como organizar suas contas, aprender a investir e realizar seus sonhos.

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