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Depois da localização e do tamanho, vou tratar, nesta série, da questão do acabamento, que também representa um fator importantíssimo para as escolhas que os potenciais compradores devem fazer na hora da aquisição do apartamento. Esse item, dependendo da escolha, pode transformar uma boa compra em um negócio ruim, de imediato ou no futuro.
Em geral, as construtoras e incorporadoras costumam deixar a escolha de alguns itens de acabamento para os respectivos compradores, sugerindo algumas opções. É uma forma de atender a manifesta vontade que a maioria dos compradores têm, de personalizar a sua futura moradia. Mas, essa personalização (que na moderna linguagem de vendas costuma ser tratada como “customização”) deve ser feita com muito critério e bom-senso. Como regra geral, também, as sugestões das construtoras sempre são as melhores opções. Isso por vários motivos, que vou elencar resumidamente.
As construtoras compram grandes quantidades dos materiais e elementos de acabamento para as opções que sugerem e, com isso, costumam obter preços mais vantajosos do que os oferecidos pelas lojas especializadas para os compradores individuais. As opções sugeridas ajustam-se mais adequadamente ao padrão arquitetônico dos prédios. Essa é uma observação importante porque, a escolha de materiais muito distintos do padrão geral do edifício, além de encarecer a compra (alguns pisos, por exemplo, podem chegar até a R$ 500,00 o metro quadrado), não aumenta, na mesma medida, o valor patrimonial dos respectivos imóveis. Ou seja, a relação custo x benefício de uma escolha dessas passa a ser tanto pior quanto maior for a diferença do material escolhido para o padrão geral do edifício. Finalmente, outra observação igualmente importante: muitas vezes, o preço mais elevado de determinado material ou escolha decorre da sua maior beleza aparente, sem que, necessariamente, essa opção signifique melhor funcionalidade ou qualidade superior. O ideal é que o comprador examine o seu leque de opções em apartamento decorado (disponível na maior parte dos grandes lançamentos) ou em outro imóvel de características semelhantes construído pela mesma incorporadora.
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Mas, existem algumas regrinhas especiais que sempre devem ser observadas: 1) O material usado no revestimento externo deve ser durável e de fácil manutenção, para evitar o envelhecimento precoce do prédio e a consequente desvalorização do imóvel; 2) alguns itens de acabamento (pisos, azulejos, materiais hidráulicos e assemelhados) devem ser escolhidos muito mais pela sua qualidade e funcionalidade do que por sua beleza aparente, já que são a classe que mais rapidamente se desgasta com o tempo, abreviando o envelhecimento da moradia, aumentando o custo de manutenção e reduzindo o valor patrimonial do próprio imóvel; 3) Os materiais usados na pavimentação das áreas comuns devem ser de qualidade superior, para resistirem, com durabilidade, ao fluxo continuado de pessoas e veículos, conforme a situação; 4) As instalações elétricas devem ser executadas com materiais de boa qualidade e serem projetadas com folga suficiente para comportarem aumento de carga, já que existe uma tendência comprovada ao uso cada vez maior de eletrodomésticos e outros aparelhos que demandam energia.
Resumindo essa pequena abordagem, acho que os potenciais compradores deveriam considerar as opções de acabamento de forma compatível com o padrão do imóvel que estão escolhendo, não gastando nas modificações valores que deixarão de ser recuperados numa eventual revenda do imóvel e nem economizando despropositadamente nos itens essenciais que exigem qualidade, durabilidade, funcionalidade e baixo custo de manutenção.