Preparação para o Futuro

Melhores condições de trabalho, garantias funcionais e desenvolvimento educacional dos colaboradores, configurando uma boa e moderna relação de trabalho entre empregadores e empregados, além de ser benéfica para todos, é a única forma capaz de garantir a qualidade dos produtos em um mercado cada vez mais exigente e a produção em quantidades suficientes para atender a crescente demanda nacional por moradias.
Por  Rubens Menin
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Trabalho há 40 anos no setor da Construção Civil, tendo passado a maior parte desse tempo no comando na nossa Construtora, a MRV Engenharia. Acompanhei e continuo a acompanhar de perto a evolução do setor, no que diz respeito à tecnologia aplicada, ao ambiente de trabalho, às garantias funcionais (incluindo segurança e conforto nos canteiros de obra) e ao aumento de produtividade. E posso afirmar que já evoluímos muito. Mas, também, não há como deixar de constatar que ainda existe muita coisa a ser feita no caminho futuro dessa evolução. Algumas dessas coisas são prementes e exigem esforço imediato já que temos que recuperar um atraso acumulado em tempos mais antigos e atender às modernas exigências de capacitação do corpo de colaboradores mobilizado nos canteiros e na própria administração.

O Brasil demorou a perceber – e talvez ainda não tenha percebido isso com clareza e na sua real dimensão – que a mão de obra recrutada pelo setor teria que ser abrigada em ambientes mais produtivos, melhor organizados, mais humanizados e socialmente ajustados.Melhores condições de trabalho, garantias funcionais e desenvolvimento educacional dos colaboradores, configurando uma boa e moderna relação de trabalho entre empregadores e empregados, além de ser benéfica para todos, é a única forma capaz de garantir a qualidade dos produtos em um mercado cada vez mais exigente e a produção em quantidades suficientes para atender a crescente demanda nacional por moradias. Essa premissa tem que ser aceita por todos e perseguida com tenacidade. Um desdobramento inevitável desse movimento é a aceitação, por parte do empresariado responsável, de que não podemos continuar esperando que o governo resolva por seus próprios meios a crônica situação da deficiência educacional da nossa população. Ou, em outros termos, se quisermos aumentar a produtividade do setor (menor número de homens-hora para a construção de um metro quadrado de edificação) e se pretendermos alcançar níveis superiores de mecanização nos canteiros (o que exige mão de obra mais qualificada), teremos que fazer o nosso próprio dever de casa e assumir parte dos encargos governamentais na formação e na capacitação dos trabalhadores.

MRV tem sido pioneira na adoção desses princípios e na ativação de providências praticas para a sua implementação.  Mantemos, hoje, 54 escolas de alfabetização e de formação específica em nossos canteiros, beneficiando diretamente 940 operários-alunos, no formato que já tive ocasião de descrever no tópico MRV luta contra analfabetismo nas obras, publicado anteriormente neste blog. E temos avançado rapidamente em direção à nossa próxima meta nessa importantíssima ação, que é a de chegarmos a 100 escolas implantadas antes do final do corrente ano.

Complementarmente, para assegurar relações de trabalho mais civilizadas, fecundas e humanizadas, a MRV assinou, com a Secretaria Geral da Presidência da República, o “Compromisso Nacional para Melhoria das Condições de Trabalho na Indústria da Construção”.  A nossa Companhia foi a primeira construtora residencial – e a única até o momento – a firmar esse compromisso. E, como compromisso é para ser cumprido, já implementamos as suas disposições em 22 dos nossos canteiros. Com isso, já alcançamos avanços importantes nas relações de trabalho, uma vez que esse dispositivo visa assegurar aos trabalhadores direitos adicionais no campo da saúde, segurança, qualificação e proteção social.

Essas providências e suas conseqüências imediatas, como a redução dos acidentes de trabalho e a possibilidade de utilização segura de novos materiais, equipamentos e sistemas de produção, por exemplo, já estão servindo, por si sós, como argumento eloqüente para a disseminação desses conceitos modernos a outros empreendedores do setor. Mas, temos que avançar mais rapidamente nesse processo  de convencimento para a generalização de métodos. Afinal, além da necessidade urgente de buscarmos um novo patamar de produtividade para a Construção Civil nacional, temos um grande passivo de retardo acumulado a recuperar. Em outras palavras, nesse segmento econômico o futuro já começou e temos que estar preparados para enfrentá-lo com êxito.

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