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Halving: o Bitcoin vai explodir ou implodir? Entenda o que realmente deve acontecer

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Por favor, regulem o Bitcoin

Com a enorme demanda pelo ativo, o coro por uma regulação é engrossado por vários bancos ao redor do mundo
Por  Gustavo Cunha -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Nos últimos meses, tem sido exponencial a adoção do Bitcoin como um ativo presente nas carteiras de investimentos dos institucionais.

A corrida por instrumentos regulados que dão acesso à moeda digital é intensa – e o Brasil colocou uma marca importante nesse processo nesta semana.

O país entrou para o grupo dos primeiros a ter um ETF de cripto listado em bolsa (B3). Um trabalho espetacular feito pelo pessoal da Hashdex e que teve, entre outros patrocinadores, a Genial, o Itaú e o Banco do Brasil envolvidos.

Dois dos maiores bancos brasileiros, um inclusive público, abrindo espaço para que seus clientes invistam em Bitcoin.

Para quem já está em cripto há um tempo, como eu, é curioso ver a mudança de postura do mercado financeiro tradicional em relação ao Bitcoin, e criptos de forma geral, nos últimos anos.

Em uma conversa com Rubens Neistein, country manager da CoinPayments no Brasil, ele lembrou que colocou no mercado brasileiro o primeiro cartão de débito para pagamentos em Bitcoin em 2017. A bandeira do cartão era da Visa.

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A iniciativa logo foi cancelada pela empresa de serviços financeiros, que alegava não querer relação com a moeda digital. Neste ano, a Visa já afirmou, mais do que uma vez, que usará Bitcoin em sua rede.

E os bancos brasileiros? Lembro-me de várias conversas em 2017 e 2018, quando as portas estavam abertas para se falar de blockchain. Mas assim que o assunto Bitcoin entrava em pauta, essas mesmas portas se fechavam.

Um ator do mercado financeiro importante nesse processo é certamente o regulador, que cada vez menos vê em cripto e no Bitcoin um inimigo, ou um ativo que deve ser proibido.

A regulação sempre deve refletir o que a sociedade quer. Aqui, o clamor em prol dessa nova classe de ativos está grande.

Acredito que nunca houve um movimento tão intenso para que um novo ativo fosse incluído e regulado, e tivesse seu acesso facilitado, como é o caso dos criptoativos.

Há que se mencionar também que houve uma grande maturação do mercado cripto nesses últimos anos.

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Há cinco anos, o ecossistema era muito menos desenvolvido do que é hoje. As estruturas das exchanges, por exemplo, tinham muito mais riscos operacionais, entre outros.

Atualmente, temos exchanges com padrões de governança e cyber segurança similares, ou até em alguns aspetos melhores, do que instituições reguladas do mercado financeiro tradicional; as wallets cresceram muito em quantidade e qualidade, além de, obviamente, segurança; custodiantes profissionais e regulados de cripto já são realidade em alguns países, e por aí vai.

Isso tudo faz com que pessoas, investidores e entidades do mercado financeiro tradicional cada vez se sintam mais confortáveis com criptoativos. E isso é só o início de um processo. Muito virá ainda.

No caso brasileiro, muito tem sido feito no sentido de facilitar, de modo seguro, o acesso a essa classe de ativos.

Um passo importante que, espero eu, deverá ser dado em um futuro breve que é o referente a possibilidade de se fazer custódia de criptoativos no Brasil.

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Hoje, são poucos países do mundo onde isso é possível – e é para estruturas nesses países que flui grande parte do dinheiro que é investido nesses criptoativos. Notadamente, os países do Caribe são as grandes estrelas desse segmento.

No Brasil, devido ao fato de não se poder fazer custódia de criptoativos, todas as estruturas do mercado financeiro tradicional são obrigadas a fechar câmbio e comprar esses ativos em uma outra jurisdição. Isso inclui os fundos da categoria que são distribuídos no Brasil e os ETFs.

Não tenho dúvidas que muitos desses agentes gostariam de não ter que fazer esse caminho e trazer essa parte da inovação para o Brasil.

Isso, entre outras coisas, facilitaria o operacional por não terem que fechar câmbio para qualquer dinheiro que entrasse ou saísse do fundo, e deixaria o fluxo inteiro no país.

O trabalho nesse sentido está sendo realizado. Há alguns projetos nesse sentido que estão sendo aplicados para o sandbox da CVM, que é o regulador responsável.

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Cabe a nós acelerar e entrar no coro para que essa mudança venha logo e que o Brasil siga na fronteira do desenvolvimento desse mercado que, como eu disse, está no seu início.

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Gustavo Cunha Autor do livro A tokenização do Dinheiro, fundador da Fintrender.com, profissional com mais de 20 anos de atuação no mercado financeiro tradicional, tendo sido diretor do Rabobank no Brasil e mais de oito anos de atuação em inovação (majoritariamente cripto e blockchain)

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