Terceirização de mão-de-obra pode baratear o condomínio

Delegar o departamento de RH do edifício a uma empresa reduz em até 30% os custos dos moradores, o que permite uma certa folga no orçamento

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – No edifício do comerciante Gilmar Aragão, na região da Lapa na capital paulista, 45% do valor pago ao condomínio é dirigido à folha salarial de funcionários. Ao todo trabalham dois faxineiros, um zelador e seis porteiros, ou seja, nove funcionários para atender à apenas 15 andares de apartamentos. No entanto, o que mais chama a atenção é que a área comunitária do edifício é mínima. “Não justifica ter
tanta gente trabalhando aqui”, explica Gilmar.

Esse problema é generalizado na maioria dos condomínios residenciais do país, onde existe um excesso de mão-de-obra, consumindo uma grande parcela dos recursos do condomínio, que poderia estar sendo emprega em benfeitorias do edifício. Uma saída para economizar na folha de pagamento é a terceirização dos funcionários, que pode baratear em até 30% o valor do condomínio. Contratar uma empresa que administra os recursos humanos do condomínio pode reduzir os custos com a mão-de-obra, assim como as preocupações do síndico com o treinamento de funcionários. Entretanto, é preciso ficar de olhos abertos para analisar se a terceirização dos empregados não coloca em risco a vida dos condôminos, ou simplesmente não gera ainda mais dores de cabeça.

Empresa de serviços pode estar despreparada

Nos últimos anos, o setor de prestação de serviços a condomínios apresentou um “boom” considerável, e é de se esperar que pouco foi investido na preparação de
treinamento dessa mão-de-obra. Um ponto negativo do aumento da procura por estas empresas é que muitas delas não estão capacitadas para atuar nesse segmento, prejudicando a qualidade dos serviços oferecidos aos condomínios. O baixo nível
de treinamento dos funcionários compromete a segurança de quem vive num condomínio, ao invés de assegurar mais tranqüilidade aos moradores.

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Delegar o departamento de RH a uma empresa administradora não significa abandonar o controle sobre as pessoas que trabalham no edifício. “Quando virei síndico, contratei uma empresa que me cobrava um preço camarada. Mas vinha um porteiro pior que o
outro. Já peguei até um faxineiro trabalhando bêbado”, conta o professor Pedro Alvarez Ramos, que há 5 anos é síndico de seu condomínio. Diante desse quadro, ele
preferiu trocar de administradora e pagar um pouco mais. “Pagando um pouco a mais, o serviço melhorou 100%”, afirma o professor.

Cuidados com encargos trabalhistas

Qualquer síndico deve “ficar no pé” da empresa que fornece a mão-de-obra ao condomínio, e verificar se ela está cumprindo suas obrigações trabalhistas. Esta
parte é muito importante, já que caso a administradora não esteja pagando os encargos trabalhistas, os funcionários podem acionar o condomínio e processar
judicialmente o síndico. Além disso, de acordo com o dispositivo na Ordem de Serviço INSS n.o 209/99, o condomínio deve reter 11% da nota fiscal para repassar
à Previdência Social.

Ao contratar uma empresa, a orientação dos advogados é sempre analisar se ela está em ordem com sua documentação, checando o contrato social, inscrição no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), Certidão Negativa de Débitos Municipais, Estaduais e Federais, e inscrição no Cadastro de Contribuinte Municipal
(CCM).

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Por que vale a pena terceirizar?

Apesar da alta rotatividade dos funcionários que uma empresa possa ter, eventual baixa qualidade da mão-de-obra, relações impessoais entre empregados e
moradores, terceirizar a equipe de trabalhadores do condomínio pode ser uma ótima opção para diminuir os custos. Nesse sentido, é preciso ressaltar que a
empresa esteja cumprindo todas as suas obrigações e que os moradores tem que estar satisfeitos com os funcionários. Se houver uma boa sintonia entre ambas
as partes, as vantagens são inúmeras.

A primeira delas, e a principal, é que nenhum posto de trabalho ficará desocupado caso algum funcionário venha a faltar. Isso porque as empresas substituem na
hora os trabalhadores que por ventura estejam impossibilitados de trabalhar. Em geral, as administradoras supervisionam o serviço de seus empregados, o que alivia um pouco o trabalho do síndico. Gerenciar a mão-de-obra do condomínio é
bastante complicado, e dessa forma, a terceirização pode ser a saída para facilitar a gestão dos recursos humanos do condomínio.