Serviço público tem a menor participação de negros entre os setores

Segundo o estudo do Dieese, os negros têm menor participação no setor público pelo fato de muitas vagas pedirem nível de escolaridade superior

Luiza Belloni Veronesi

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SÃO PAULO – Um levantamento realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) aponta que no setor público, em que o ingresso ocorre principalmente através do concurso público, a presença entre os ocupados negros é menor em relação aos não negros em todas as regiões pesquisadas pelo Sistema PED.

Segundo o estudo, a explicação para essa diferença, possivelmente, tem origem no fato de cerca da metade dos assalariados públicos terem nível de escolaridade superior. A maior distância entre as participações de negros e não negros assalariados no setor público foi registrada no Distrito Federal, que registrou esse ano um percentual de 19,8% contra 28,7% em 2011.

Ocupação por setor
Já em relação à composição setorial da ocupação, na Construção Civil e nos Serviços Domésticos, onde predominam postos de trabalho com menos exigências de qualificação profissional, foi observado maior participação dos ocupados negros em comparação aos não negros.

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Na Construção Civil, setor tipicamente masculino, o estudo verificou que o percentual de homens negros foi bem maior do que não negros. No ano passado, na Região Metropolitana de Porto Alegre, a proporção de homens negros ocupados era superior em 7,4 pontos percentuais ao de não negros, com respectivamente, 17,6% contra 10,2%. Já no setor Serviços Domésticos, em seis regiões analisadas, o emprego assume o papel do segundo setor mais importante para a ocupação das trabalhadoras negras em contrapartida as não negras.

No setor de serviços, os negros acompanham o padrão verificado para os trabalhadores não negros. Porém, em 2011, o setor absorvia mais trabalhadores não negros que os negros. Neste mesmo ano, foi verificado na maioria das regiões pesquisadas que o setor de Serviços absorvia mais da metade dos ocupados, negros e não negros, exceto nas regiões metropolitanas de Fortaleza e de São Paulo, nas quais os negros ocupavam 43,3% e 48,8% dos postos de trabalho, respectivamente.

O Comércio foi o segundo setor com maior participação relativa na distribuição dos ocupados, negros e não negros, em cinco das sete regiões participantes do estudo.

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