Salário mínimo: resultado do INPC de 2010 possibilita reajuste maior

De acordo com o Dieese, ao considerar o resultado do INPC, o salário mínimo teria de ser reajustado para R$ 543

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – O salário mínimo para este ano tem mais uma possibilidade de aumento. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que serve como base para o reajuste salarial, fechou 2010 em 6,47%. 

O aumento definido de R$ 510 para R$ 540 era baseado no resultado de 5,88% do INPC.

Conforme publicado pela Agência Brasil, o coordenador do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico),José Silvestre Prado de Oliveira, afirmou que, se considerado o resultado do INPC, o salário mínimo teria de ser reajustado para R$ 543.

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Este valor, ainda segundo Oliveira, deve ser arredondado para R$ 545, para facilitar o saque nos caixas eletrônicos.

Mínimo de R$ 580
Na próxima segunda-feira (10), a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical informaram que irão pressionar o governo para que o salário mínimo seja de R$ 580.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, não concorda com a argumentação do governo, que considera o reajuste do salário mínimo como um gasto.

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Os sindicatos acreditam que o aumento é um investimento. De acordo com secretário-geral da CUT, Quintino Severo, “o impacto do aumento acaba se dissolvendo ao longo do ano”.

Negociação
Os sindicatos preferem negociar o novo mínimo dentro do governo e podem aceitar um valor intermediário. Para Severo, a negociação no Poder Executivo é mais eficaz do que no Congresso. “Não vai ficar no jogo de empurra-empurra”, acrescentou.

Entretanto, para negociar com o Congresso, é necessário esperar a nova legislatura, que terá início em fevereiro.

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Sobre os parlamentares que têm se mostrado a favor do mínimo acima de R$ 540, o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) afirmou que o motivo é para pressionar o governo por cargos (PMDB) e para marcar posição (PSDB). “Isso é discurso para a plateia. O assunto tem apelo social e gera repercussão na mídia”, finalizou o funcionário do departamento, Alysson de Sá Alves.