Renda dos mais ricos aumentou menos que a da população mais pobre

Estudo da FGV mostra ainda que, entre 2003 e 2009, jornada de trabalho da população de maior renda sofreu redução menor

Evelin Ribeiro

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SÃO PAULO – Mais um sinal de que a desigualdade está diminuindo, mesmo que lentamente, no Brasil: um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) aponta que, entre 2003 e 2009, a renda individual do 20% da população mais rica do País aumentou anualmente 3,14%, entre 2003 e 2009. Já os 20% mais pobres tiveram sua renda individual acrescida em 6,14% ao ano.

O estudo, feito pelo Centro de Políticas Sociais da FGV e divulgado na semana passada, aponta que a média de aumento na renda individual no geral foi de 3,86% ao ano, o que representa um ganho acumulado de 25,5% no período.

Como explicação para a variação, o relatório destaca os fatores expansionistas ligados ao nível de escolaridade do indivíduo, que cresceu 2,12% a.a. na população total – 0,89% a.a. entre os mais ricos e 5,19% dos mais pobres. No período estudado, a educação média cresceu quase um ano completo.

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Jornada de trabalho
Também a quantidade de horas trabalhadas diminuiu mais entre os mais pobres que entre os mais ricos. No primeiro grupo, a redução foi de 0,93%, frente à diminuição de 0,36% no segundo grupo.

Na média, a jornada caiu 0,53% entre 2003 e 2009 – o que equivale à redução de 43,5 horas semanais para 42,1 horas semanais. “Sintetizando os três fatores salariais, a renda de cada ocupado cresceu em termos líquidos 3,07% ao ano”, completa o estudo.