Reajuste do seguro-desemprego é menor que aumento da cesta básica

O aumento de 12% do benefício é menor que o do preço dos alimentos na maioria das capitais analisadas pelo Dieese

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – Para quem recebe seguro-desemprego, uma má notícia: o reajuste de 12,048%, decorrente do aumento do salário mínimo, não chega a ser proporcional ao aumento da cesta básica na maioria das capitais, segundo Clóvis Scherer, supervisor do escritório regional do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de acordo com a Agência Brasil.

A pesquisa nacional do Dieese, publicada no início de janeiro, apontou que apenas Belém, Goiânia, São Paulo e Belo Horizonte o aumento do preço dos alimentos não chegou a ser superior ao reajuste do seguro.

Com o reajuste, o menor valor do benefício será R$ 465 e não passará de R$ 870,01.

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Cesta cara

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica, do Dieese, a cesta de alimentos ficou mais cara em todas as capitais em 2008.

A maior alta ficou com Natal, que registrou 26,73%, custando R$ 212,80, um aumento bem maior que os 12,048% de reajuste do seguro-desemprego. Belém foi a capital que apontou a menor alta do ano, registrando aumento da cesta de 4,76% e fechando o ano custando R$ 199,05.

Relembre o custo final em 2008 da cesta básica, nas principais capitais do País:

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Custo da cesta básica nas principais capitais brasileiras
Capital Valor em dezembro de 2008 Variação anual
Porto Alegre R$ 254,86 19,70%
Rio de Janeiro R$ 239,78 23,31%
São Paulo R$ 239,49 11,58%
Florianópolis R$ 239,03 25,26%
Brasília R$ 236,15 22,21%
Belo Horizonte R$ 230,25 12,43%
Curitiba R$ 229,39 22,52%
Vitória R$ 227,54 20,07%
Manaus R$ 225,83
Natal R$ 212,80 26,73%
Goiânia R$ 209,43 10,61%
João Pessoa R$ 200,55 29,31%
Belém R$ 199,05 4,76%
Fortaleza R$ 197,32 24,61%
Aracaju R$ 193,28 12,92%
Salvador R$ 193,06 21,64%
Recife R$ 183,61 18,15%

Fonte: Dieese

Cálculo

Veja as novas faixas de enquadramento para o cálculo do valor do seguro-desemprego:

  • Menor faixa (até R$ 767,60): o trabalhador deve multiplicar o salário médio por 0,8 (80%). Assim, o valor máximo da parcela é de R$ 614,08.
  • Faixa intermediária (de R$ 767,61 a R$ 1.279,46): o que exceder a R$ 767,60 multiplica-se por 0,5 (50%) e soma-se a 614,08.
  • Maior faixa: àqueles cujo valor do salário médio dos últimos três meses ficou na faixa máxima, acima de R$ 1.279,46, a parcela do seguro-desemprego será de, no máximo, R$ 870,01.