Quase 90% das construtoras sofrem com falta de mão de obra qualificada

Entre empresários que enfrentam dificuldades de contratações, 94% não acham trabalhadores de nível básico, como pedreiros

Tércio Saccol

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SÃO PAULO – A falta de mão de obra qualificada atinge 89% das empresas da construção civil no Brasil. O dado consta em Sondagem Especial, divulgada pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) nesta quinta-feira (28).

A avaliação é de que o problema resulta de forte crescimento do setor da construção nos últimos anos, o que impulsionou a procura por trabalhadores. A escassez de profissionais qualificados não se limita às vagas mais especializadas. Conforme o estudo, entre os empresários que enfrentam dificuldades com as contratações, 94% não encontram trabalhadores de nível básico, como pedreiros e serventes.

Segundo 61% dos empresários, a baixa oferta de mão de obra qualificada reduz a produtividade do setor. Para 59% dos entrevistados, isso compromete a qualidade das obras e 57% afirmaram que têm problemas com o cumprimento dos prazos. “A perda de qualidade e o atraso nos prazos de entrega das obras resultam em perda de competitividade para o restante da economia brasileira”, afirma a pesquisa.

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Impactos
Os empresários também avaliaram a intensidade do impacto da falta de trabalhador qualificado em diferentes áreas das empresas – para isso atribuíram notas que vão de um a quatro, em que o número mais próximo de um significa menor impacto do problema.

A partir disso, as categorias profissionais em que a falta de qualificação traz mais prejuízo são aquelas ligadas à execução da obra. A falta de funcionários de nível básico, como pedreiros e serventes, e nível técnico, como encarregados e mestres de obra, receberam média de 3,3 pontos. A falta de funcionários especializados, como engenheiros e arquitetos, teve média de 3,0 pontos. Já a escassez de pessoal na área gerencial teve média de 2,7 pontos.

Iniciativas
Para reduzir o problema, 64% dos donos de construtoras investem em capacitação de pessoal dentro da própria empresa. Além disso, 45% adotam incentivos para reter os trabalhadores, como aumento de salários e outros benefícios.

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Pelo menos 43% afirmaram que terceirizam serviços ou processos da produção. Segundo a avaliação da pesquisa, “o país precisa investir na qualidade da educação básica a longo prazo”, avalia a pesquisa.

A Sondagem Especial Construção Civil, resultado de uma parceria entre a CNI e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), foi feita com 385 empresas entre os dias 3 e 20 de janeiro.