Qual o melhor caminho: poupar ou investir na carreira?

Concorrência no mercado de trabalho é acirrada; jovens devem alocar parte da renda para sua formação profissional

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Planejar investimentos financeiros é uma função que exige não somente o equilíbrio das suas finanças pessoais. Para se obter o retorno esperado do dinheiro aplicado, é necessário estabelecer prioridades e objetivos.

Tendo isto em mente, antes de fechar a mão e reduzir todos os seus gastos a fim de poupar o dinheiro economizado, preste atenção nas suas necessidades reais. É necessário fazer uma auto-avaliação rigorosa, antes de definir qual destino seu dinheiro ganhará.

Educação: um investimento para a vida toda

As pessoas mais jovens e com uma renda baixa muitas vezes preferem guardar o dinheiro para formar uma poupança, em vez de investir na sua formação profissional, que nesta época da vida pode trazer benefícios futuros. Confira o seu caso e veja se você realmente acha vantajoso abrir mão de certos gastos para poupar.

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Na dúvida, analise o seu perfil: o exercício pode ajudá-lo a definir a prioridade dos seus investimentos. Verifique o caso de uma pessoa que já possui 10 anos de profissão, tem formação universitária, pós-graduação, MBA (Master in Business Administration) e cursos de especialização na sua área.

Neste caso, investir na sua formação, fazendo mais cursos e aprendendo sobre mais áreas, pode deixar de ser uma prioridade, caso a pessoa já tenha conquistado uma estabilidade profissional e financeira.

A partir de certo momento na carreira, os cursos adicionam pouco em termos de empregabilidade, e servem mais para satisfação pessoal. Desta forma, é viável que a pessoa opte por poupar a sua renda para a formação de um patrimônio financeiro.

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Mercado de trabalho exigente

Por outro lado, quando passamos a analisar o caso dos universitários, o simples fato de se sentirem inseguros quanto ao próprio futuro profissional e frustrados com a instabilidade do mercado de trabalho os desestimula a investir na própria carreira.

Obviamente, melhorar a formação educacional não assegura totalmente a prosperidade profissional de alguém, mas garante subsídios concretos e mais segurança na hora de enfrentar os concorrentes num processo seletivo de qualquer empresa. Você pode optar por concentrar a sua renda e ter mais segurança para sobreviver caso perca o emprego, mas se você aproveitou o seu dinheiro para melhorar a sua formação, terá um diferencial na tentativa de recolocação profissional.

O fato é que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente e busca profissionais não somente capacitados, mas atualizados e inovadores, ou seja, conhecer o básico da área escolhida para se virar num emprego não é mais suficiente para uma pessoa ser contratada, muito menos para permanecer no cargo. Diante da expectativa bastante seletiva das empresas, os jovens vivem um dilema: fazer cursos e se preparar mais para o mercado, ou formar uma poupança como uma reserva de emergência em caso de perda de emprego?

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Faça um planejamento financeiro

É necessário deixar claro que o objetivo deste artigo não é de estimular as pessoas que estão em início de carreira a gastarem toda a sua renda, mas, pelo contrário, juntarem dinheiro para investir em si mesmos para que, no futuro, possam ter mais independência financeira e então construir um patrimônio.

Um exemplo prático ilustra bem esta situação: supondo que você receba um salário de R$ 1 mil mensais; caso invista 10% desta renda mensalmente, ou seja, R$ 100, ao término de 5 meses você já terá juntado R$ 500, desconsiderando os juros, para pagar à vista uma curso de extensão curricular.

Dependendo do estágio profissional em que você se encontra, pode valer mais a pena se aprofundar nos estudos e ganhar especialização, e somente mais tarde concentrar em poupança. Também vale a pena aproveitar a vantagem de morar com os pais e não precisar arcar com despesas familiares para investir em você.

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Se você optou por investir na sua formação, esteja ciente que esta modalidade também requer muito esforço e disciplina, pois o fato de gastar o seu dinheiro com educação não elimina a necessidade do exercício da poupança. Isso porque, para juntar o dinheiro suficiente para estudar, você terá que abrir mão do consumismo e terá de fazer um planejamento financeiro mês a mês, separando as despesas com contas, mensalidades, alimentação e transporte da parcela destinada ao investimento.

Seja atento também na escolha dos cursos e cuidado com gastos excessivos com formação que rendem pouco retorno no mercado de trabalho. Para tanto, tenha calma na sua seleção: para não se arrepender por causa de um investimento perdido, converse com quem já estudou na área e nunca deixe de pesquisar sobre as necessidades do mercado de trabalho. Vale a pena também consultar seus sonhos profissionais e conhecer as suas aptidões, já que a pessoa que trabalha com algo satisfatório tem mais chances de progresso.