Preços administrados foram os vilões do Plano Real nos últimos 15 anos

De 1994 até hoje, o reajuste acumulado no grupo comunicação é de 679,18%, o que representa preços oito vezes mais altos

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SÃO PAULO – Os preços administrados, como tarifas de telefones e energia, foram os grandes vilões do Plano Real em seus 15 anos de existência, completados nesta quarta-feira (1).

De 1994 até hoje, o reajuste acumulado no grupo comunicação é de 679,18%, de acordo com o IPCA, o que representa preços quase oito vezes mais altos. Os combustíveis domésticos, como o gás de cozinha, também tiveram alta significativa, 695,95%.

“As tarifas públicas oneraram demais o consumidor após as privatizações. Hoje todo mundo tem telefone, mas poucos pagam em dia”, diz, conforme publicado pela Agência Brasil, a coordenadora do Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais, Maria do Céu Kupidlowski.

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Alimentos

No grupo alimentação, principalmente nos gêneros de primeira necessidade em geral, os preços ficaram praticamente constantes nos últimos 15 anos. Neste período, a alta acumulada dos alimentos é de 197,57%, enquanto que o IGP-M subiu 173%, na mesma base de comparação.

“Os alimentos, por exemplo, estão mais ou menos estabilizados desde o Plano real. O abastecimento está garantido e não é mais preciso estocar comida”, observa Maria do Céu.

Salários

No que diz respeito ao poder de compra do trabalhador, na visão do diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Clemente Granz Lúcio, salvo em 1999 e 2003, períodos de crise aguda e desemprego elevado, os trabalhadores têm conseguido repor as perdas com a inflação ao longo do Plano Real, devido ao crescimento da economia e às negociações salariais.

Em termos reais, mesmo descontada a inflação, que foi de 306,4%, o mínimo dobrou de valor nos últimos 15 anos, passando de R$ 196,63, em 2004, para R$ 465,00 hoje.