POF: Aumento da renda eleva gastos com bens duráveis, afirma professor da FGV

Especialista ainda afirma que aumento para os consumidores de maior escolaridade levará ao consumo de bens mais sofisticados

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SÃO PAULO – O aumento da renda eleva gastos com bens duráveis, assim como a procura por bens mais sofisticados pelos consumidores de maior escolaridade. Essa é a conclusão da FGV, após a divulgação da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) pelo IBGE, na quarta-feira (23), na qual se observou uma discrepância entre os orçamentos das famílias brasileiras

“O aumento da renda conduz ao aumento do consumo, sobretudo, o de bens duráveis. No entanto, o aumento de renda para os consumidores de maior escolaridade levará ao consumo de bens mais sofisticados, com maior desenvolvimento tecnológico e de marcas com maior prestígio no mercado”, explica o professor de finanças da FGV-EAESP, Evaldo Alves.

Atestou-se na pesquisa que os gastos entre os 10% da população mais rica superam as despesas dos 40% dos domicílios com a menor renda entre os anos de 2008 e 2009.

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Chamam a atenção, ainda, as despesas de famílias com mais de uma pessoa com o Ensino Superior completo, cujos gastos são 207% maior do que os das famílias que não possuem membros com esse nível de escolaridade

Despesas
Constatou-se, também, que os gastos das famílias com alimentação fora de casa subiram e já representam 31,1% das despesas com alimentos. Alves credita essa elevação ao fato de estar acontecendo uma mudança na vida das famílias brasileiras.

“Cresceram os gastos com alimentação fora de casa em virtude do processo de urbanização que torna o deslocamento cada vez mais demorado nas grandes cidades. Outro fato que acarreta maior consumo de refeições fora de casa é que aumentou a participação da mulher no orçamento familiar, que às vezes não tem tempo de cozinhar em casa. O crescente número dos que vivem sozinhos que da mesma forma se utilizam da alimentação fora de casa”, destaca Alves.

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Na avaliação do professor, as famílias devem focar em itens fundamentais como alimentação, educação, saúde, transporte e as despesas correntes da família para depois pensar na compra de bens de consumo duráveis. De acordo com a POF, para 75% das famílias é difícil chegar ao fim do mês com as despesas em dia.

“Ao utilizar crédito, convém não ultrapassar o limite de 30% de comprometimento da renda para não correr o risco de entrar em inadimplência”.