O outro lado: desafios de quem decide fazer pós-graduação no exterior

Profissional fica muito tempo fora do mercado de trabalho e, no exterior, pode perder o foco na carreira

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – São inúmeras as vantagens de fazer uma pós-graduação no exterior. Para citar algumas delas: experiência de uma especialização, conhecimento de outra cultura, networking e aprimoramento de outro idioma.

Mas existe um outro lado da história, que poucas vezes é exposto. Isso mesmo, fazer um intercâmbio fora do país pode trazer desafios significativos para a carreira e o mais evidente deles é o tempo que se fica fora do mercado de trabalho.

“Dependendo da situação, muitas vezes o profissional acaba saindo da empresa em que está atuando no Brasil para buscar um aprimoramento no exterior. Embora a qualificação seja positiva, pode ser complicado, pelo período que ele irá necessitar para finalizar o curso de especialização. Por isso, é preciso analisar se o investimento vale a pena”, ressaltou a consultora de Planejamento de Carreira da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Érica Macedo da Silva.

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Isso sem falar de fatores como ficar longe da família e dos amigos, barreiras culturais e o custo de vida do lugar em que se cursará a pós-graduação.

A volta ao Brasil

Depois de terminada a pós-graduação, a decisão de voltar para o Brasil também precisa ser vista com muito cuidado, já que também implica desafios.

De acordo com Érica, a dificuldade em conseguir emprego, na volta ao país de origem, vai depender da área na qual o profissional possui experiência e, principalmente, de quanto tempo ele ficou ausente do mercado de trabalho. “Quanto mais tempo ele ficar fora do mercado, mais dificuldades terá em conseguir emprego”.

E a dificuldade pode aumentar, segundo disse a consultora, se o gestor acreditar que o profissional é muito capacitado para o cargo oferecido. Por isso, todo cuidado é pouco na hora de se candidatar a uma vaga no mercado nacional.

“Importante é mostrar para o gestor o interesse pela oportunidade, pois a falta de comunicação, tanto pelo gestor quanto pelo profissional que está sendo analisado, pode gerar conclusões precipitadas”, destacou Érica.

Trabalho no exterior

O desafio de conseguir uma vaga, ao voltar ao Brasil, pode se tornar menor, se o profissional realizar algum trabalho paralelamente ao curso de pós-graduação.

“É possível trabalhar paralelamente com o estudo. Todavia, é cada vez maior o número de brasileiros que desejam estudar e trabalhar fora do País e, assim sendo, acabam perdendo o foco, porque realizam trabalhos fora de sua área de atuação ou de sua pós-graduação. Muitos já saem do Brasil com esse objetivo”.