Novas regras da CVM reforçam demanda por advogados

Perfil procurado é do profissional que entenda de contratos e sociedades; salário de posição sênior chega a R$ 35 mil

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Novas regras publicadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) aumentaram ainda mais a procura por um perfil específico – e raro – de advogado: aquele que entende do mercado de capitais, que já estava sendo demandado há cerca de dois anos, por conta do movimento de abertura de capital na bolsa de valores brasileira.

Uma dessas instruções é a 480, que foi publicada em dezembro do ano passado e que aumenta a transparência nas informações prestadas ao acionista. “Uma retaguarda jurídica se torna cada vez mais importante”, afirmou o manager da área de Legal da Michael Page, Fábio Salomon.

De acordo com ele, ainda mais importante do que a vinda das novas instruções, para aumentar a demanda por estes advogados, foi o movimento dos últimos dois anos das grandes empresas em buscar profissionais com especialização em estruturação antes e depois da abertura de capital, para que houvesse uma maior clareza no processo e cuidados maiores com os contratos.

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Quem é esse advogado?
Na faculdade de Direito, a área de mercado de capitais não é enfatizada, uma vez que é uma ramificação muito específica. “O advogado consegue essa experiência em um escritório que tenha essa área, que atenda clientes com capital aberto”, explicou Salomon.

Este profissional, da área que ficou conhecida como corporate, deve dominar tudo o que está relacionado a contratos, sociedades – de empresas de capital aberto, que é diferente daquelas limitadas – e direito bancário. O aprendizado, de acordo com Salomon, vem da repetição das operações.

Em um escritório, o profissional desta área em uma posição sênior – com sete a 12 anos de formação – chega a ganhar R$ 15 mil líquidos, sem bonificações. Em uma empresa, por sua vez, pelo profissional ser mais valorizado, porque está em falta no mercado, o salário atinge de R$ 25 mil a R$ 35 mil, mas, como o contrato é regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), existem os descontos legais.

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Aumento da procura
Em 2009, que foi um ano atípico, por sentir os efeitos da crise econômica mundial, houve desaceleração econômica e o perfil de advogado mais procurado foi o especialista em direito trabalhista, de relações sindicais e de recuperação judicial, para as empresas que entraram em processo de falência.

Já no final do ano passado, o cenário mudou e a economia já começou a se aquecer. Neste caso, a demanda por advogados passa a ser diferente. “Ela é por advogados de negócios, que falam diversas línguas, sabem de contratos e de sociedades”, afirmou o manager da Michael Page.

Em 2009, nem 10% dos advogados demandados eram aqueles que sabiam da área de mercado de capitais, enquanto a representatividade já atingiu 30% neste ano.