Nível salarial no Brasil foi mantido durante a crise econômica, diz Dieese

Para entidade, redução de impostos em algumas áreas possibilitou aumento do emprego em determinados setores

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – O Brasil conseguiu manter a massa salarial e o nível de emprego durante a crise econômica, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

A entidade afirmou que a decisão do governo federal em adotar a política de redução de impostos em áreas importantes para a economia possibilitou o aumento do emprego em alguns setores, como na construção civil, que, em parte, compensou o baixo rendimento e o desemprego gerado pela indústria.

“No cômputo geral, mesmo com o impacto da crise, a economia interna, dos próprios brasileiros, por meio da circulação de mercadorias e salários, diluiu o impacto maior provocado pela crise, o que não aconteceu nos outros países. Nesses países, que optaram pela continuação da política neoliberal de estrangulamento do crédito, os mercados internos não conseguiram dar pujança e obter resposta”, disse o coordenador regional do Dieese, Renato Lima, à Agência Brasil.

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“O debate vem demonstrando – através de uma série de estudos estatísticos, qualitativos e quantitativos – que no ano passado nós tivemos, diferentemente dos anos anteriores, um ano com características recessivas dado o impacto que teve, também aqui no Brasil, a crise financeira internacional – especificamente no setor industrial. A conclusão é que, mesmo com a crise, o movimento sindical conseguiu manter os níveis salariais e o nível de crescimento do emprego – uma vez que a queda foi muito pequena e ainda assim localizada”, acrescentou

Movimento sindical e programas do governo
Para o Dieese, o movimento sindical também brigou pela valorização do salário mínimo, o que refletiu em toda a cadeia da economia, já que mesmo as categorias que não recebem o salário mínimo tiveram seus rendimentos puxados para cima.

Lima declarou também que os programas de transferência de renda do governo federal ajudaram na manutenção da demanda no mercado interno. “O equilíbrio foi dado pelo aumento do consumo interno, que, incentivado pelos programas de transferência de renda, como Bolsa Família, e pela retirada de impostos de alguns produtos, ajudou o País e o trabalhador a ultrapassar esse período turbulento da economia mundial”, finalizou.