Não dá para desvincular planejamento de carreira das finanças, diz DBM

Cenário anterior, de grande demanda por profissionais e salários ascendentes, mudou por conta da crise

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O consultor da DBM, Luiz Concistré, explica que saber se prevenir no que diz respeito às finanças e atrelar esse planejamento à carreira torna-se cada vez mais essencial. Não apenas para manter o padrão de vida, mas também para que se aproveite eventuais oportunidades que podem surgir no mercado.

“Antigamente, quem precisava manter uma reserva financeira eram os profissionais que atuavam como consultores. Hoje, isso deve ser considerado por qualquer profissional, de todos os setores da economia. Afinal, não existe mais garantia de trabalho nem de entrada de receita todos os meses”, explica.

O argumento tem base na realidade atual do mundo corporativo. Se, antes, um profissional era capaz de trabalhar durante toda uma vida na mesma empresa, hoje, o tempo médio de permanência de executivos em empresas é de cerca de quatro anos. Isso quer dizer que planejar a carreira de forma independente da empregadora é essencial.

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O tal casamento

De acordo com o consultor, o casamento entre os planos de carreira e financeiro permite, por exemplo, que, mesmo em tempos de crise, profissionais desligados de suas empresas realizem e levem adiante seus planos, pessoais e profissionais.

“Há muitos profissionais que, por conta da desaceleração da atividade econômica, foram demitidos e, mesmo assim, estão realizando os cursos de qualificação que almejavam… Isso mostra o quanto vale a pena planejar e criar condições propícias para a viabilização dos próprios planos”, acrescenta ele.

Salários decrescentes

Concistré enfatiza outro ponto de alerta: com a crise mundial da economia, bônus e salários estão encolhendo. “Quem se acostumou ao cenário verificado no passado recente, de grande demanda por profissionais e salários ascendentes, deve aproveitar o momento para revisar suas crenças e assumir um compromisso com a disciplina e com a criação de uma reserva financeira”.

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Segundo ele, os profissionais, especialmente os executivos, não devem projetar como perene a renda atual. “Este é o principal erro cometido por quem não adota planejamento financeiro. Considerar o padrão de receitas como permanente tende a levar o profissional a assumir compromissos financeiros impagáveis no futuro. É importante pensar que, se hoje um profissional “está” diretor, amanhã ou depois ele pode não “estar” mais”, garante.

Nas finanças, tenha bom senso

Bom senso é fundamental neste período de incerteza quanto ao futuro dos empregos. “É obrigatório ter em mente que a criação de uma reserva financeira estratégica demanda lógica. Ela deve considerar, por exemplo, que gastos com escola e plano de saúde não devem ser cortados”, diz ele.

“Muitos executivos até contam com recursos para eventuais emergências, mas, ao calcular o valor que deveriam reservar, desconsideraram que demitidos não perdem apenas o salário, mas também o plano de saúde e outros rendimentos indiretos. Deve-se ter critério na hora de planejar a formação de reserva, para que, efetivamente, na hora que se precisar do dinheiro, ele esteja lá”, afirma.

Por fim, ele recomenda adotar como foco o longo prazo. “O profissional não pode desconsiderar que, em dez anos, muitas coisas mudarão em suas condições de vida, e em suas carreiras”, diz, ao sublinhar que este é um desafio para a maioria das pessoas.

“As empresas antigamente gerenciavam a carreira do indivíduo, o que, no entendimento de muitos, facilitava sua vida, já que o profissional contava com um projeto de carreira previamente traçado. Hoje, o cenário é outro. Cabe ao indivíduo planejar seus objetivos, determinar onde quer chegar, quando e como. Não há mais carreiras administradas pelas empresas, ainda que muitos executivos acreditem nisso”, completa.