Meta demite mais de 11 mil funcionários, e Zuckerberg assume responsabilidade pela decisão

Executivo admite excesso de otimismo e afirma que demissões são necessárias para que a empresa seja mais enxuta

Equipe InfoMoney

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A Meta (M1TA34) demitiu, nesta quarta-feira (9), mais de 11 mil funcionários, cerca de 13% do quadro global, como parte de uma ampla reestruturação para cortar custos do negócio.

Mark Zuckerberg, presidente-executivo, afirma que essa é uma das medidas que a empresa vai tomar e que esse momento é um dos “mais difíceis da história da Meta”. Ele disparou uma carta aos funcionários da empresa hoje, que foi divulgada no site da companhia.

Na mensagem, o executivo assumiu a responsabilidade pela decisão e afirmou que as demissões são necessárias para que a empresa seja mais enxuta e eficiente. Além disso, ele afirma que as contratações estão “congeladas” até o primeiro trimestre de 2023.

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“Teremos um pequeno número de exceções. Vou observar nosso desempenho comercial, eficiência operacional e outros fatores macroeconômicos para determinar se e quando devemos retomar as contratações. Isso nos dará a capacidade de controlar nossa estrutura de custos no caso de uma desaceleração econômica contínua”, afirma Zuckerberg na carta pública.

O InfoMoney entrou em contato com a assessoria da Meta no Brasil para entender se as equipes locais foram impactadas também. Em resposta, a assessoria afirma que a empresa não se manifestará sobre o tema.

Em seu último relatório, a Meta informou que tinha 87 mil funcionários ao redor do mundo. Só nos últimos dois anos, a empresa adicionou mais de 27 mil pessoas aos times, aproveitando o crescimento que a internet e as redes sociais registraram durante a pandemia.

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Rumores sobre essa demissão em massa, que pode ser a maior do setor de tecnologia em 2022, já circulavam desde segunda-feira (7). Os funcionários demitidos foram bloqueados nos sistemas Meta, mas tiveram acesso a suas contas de e-mail “para que todos pudessem se despedir”.

A empresa diz que vai pagar quatro meses de salários aos empregados afetados no corte, mais uma semana extra de pagamento por cada ano de serviço na empresa.

“Excesso de otimismo”

Nesta terça-feira (8), Zuckerberg fez uma reunião interna na qual afirmou que era responsável pelos erros da empresa e que seu excesso de otimismo sobre o crescimento levou ao excesso de pessoas, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, que teve contato com fontes familiarizadas com a reunião.

Após a reunião, os diretores da empresa em várias seções da organização começaram a notificar seus subordinados sobre cortes e reorganizações e a oficialização das demissões aconteceu na manhã desta quarta.

Na carta, Zuckerberg explica que as reduções impactam todas as áreas, mas alguns times serão mais afetadas do que outros.

“O recrutamento será feito desproporcionalmente porque planejamos contratar menos pessoas no próximo ano. Também estamos reestruturando nossas equipes de negócios de forma mais substancial. Isso não é um reflexo do grande trabalho que esses grupos fizeram, mas do que precisamos daqui para frente. Os líderes de cada grupo agendarão um horário para discutir o que isso significa para sua equipe nos próximos dias”, afirma o executivo.

Fase complicada

Vale lembrar que as ações da Meta (M1TA34) caíram mais de 70% este ano. A empresa destacou a deterioração das tendências macroeconômicas, aumento da concorrência e a perda de receita com anúncios como problemas que impactaram o negócio muito mais do que o previsto. Mas os investidores também ficaram assustados com seus gastos e ameaças ao principal negócio de mídia social da empresa.

O crescimento desse negócio em muitos mercados estagnou em meio à forte concorrência do TikTok, e a exigência da Apple de que os usuários optem pelo rastreamento de seus dispositivos reduziu a capacidade das plataformas de mídia social de segmentar anúncios.

Zuckerberg também menciona que a demissão foi um “último recurso” e que, a partir de agora, a empresa vai passar por uma mudança cultural significativa em sua forma de operar.

“À medida que reduzimos nossa capacidade de escritórios, estamos migrando para o modelo de compartilhamento de mesas pensando nas pessoas que já passam a maior parte do tempo fora do escritório. Lançaremos mais mudanças de corte de custos como essa nos próximos meses”, afirma na carta pública.

A demissão da Meta ocorre apenas alguns dias após Elon Musk, atual dono do Twitter, demitir 50% dos funcionários da empresa, cerca de 7.500 pessoas, incluindo empregados do Brasil. Embora o layoff da Meta seja proporcionalmente menor (corte de 13%), impacta um maior número de pessoas.

(Com informações do Estadão Conteúdo)