SÃO PAULO – O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, afirmou que as medidas do Governo anunciadas nesta segunda-feira (30) para conter o desemprego na indústria automobilística, em meio à crise, chegaram tarde, mas que devem atingir seu objetivo.
“Acho que sim, que vai garantir [emprego]. Acho que essa medida de reduzir o IPI, se tivesse sido tomada nessas condições lá atrás, nós não teríamos tido tantas demissões, como aconteceu nesses últimos três meses no setor automobilístico”.
“Mas acho que agora, apesar de tarde, ela garante emprego num dos setores mais importantes do Brasil. São medidas positivas, porque podem dar um sinal para o País de que é possível recuperar a economia”, explicou ao InfoMoney.
Setores
De acordo com Paulinho da Força, as medidas tomadas são apenas o início, uma vez que é válida ainda a negociação com outros setores. Dentre os apontados por ele, estão o de carnes, sucroalcooleiro, calçados e máquinas.
“Esses setores têm de ser olhados pelo Governo com muito carinho, para que não haja demissão. Está mais ou menos confirmada uma reunião do setor de máquinas entre o Governo e os trabalhadores para a próxima sexta-feira. Os outros setores ainda estão discutindo, mas não está muito claro não”, disse.
Em relação às medidas a serem tomadas frente à crise, Paulinho ainda citou a redução dos juros e do spread bancário. “Se a gente conseguir fazer isso para valer, aí sim o País vai para a frente e sairá bem da crise”.
Medidas
A alíquota reduzida de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros com motor de até 2.0 foi prorrogada por mais três meses. A diminuição varia conforme o tipo de veículo, como demonstrado na tabela abaixo:
Cilindradas | Gasolina | Álcool/ flex |
1.000 | Cai de 7% para zero | Cai de 7% para zero |
De 1.000 a 2.000 | Cai de 13% para 6,5% | Cai de 11% para 5,5% |
+ de 2.000 | Manutenção em 25% | Manutenção em 18% |
Picape até 1.000 | Cai de 8% para 1% | Cai de 8% para 1% |
Picape de 1.000 a 2.000 | Cai de 8% para 4% | Cai de 8% para 4% |
Além disso, houve a isenção de Imposto de Renda Pessoa Jurídica para setores considerados como prioritários para a região de abrangência da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazonia), com o objetivo de baratear produtos nacionais.
O governo também adotou uma medida para incentivar as vendas de motocicletas: a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) passou de 3% para 0% para esses produtos.