Ipea: renda de negros e brancos deve se igualar em 2029

Embora a desigualdade tenda a diminuir, os brancos ainda vivem com pouco mais que o dobro da renda disponível para os negros

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – De acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), se o ritmo de queda na desigualdade continuar no patamar que se encontra hoje, haverá igualdade na renda domiciliar entre brancos e negros apenas em 2029.

Isso porque o indicador da desigualdade racial, que oscilou durante 12 anos na casa de 2,4, começou a cair após 2001, e no ano passado, chegou a registrar 2,06.

Assim, embora a tendência recente é que esse índice diminua, se considerar que o valor ideal para o indicador é igual a 1, ainda faltam 3/4 da diferença a serem reduzidos.

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Não é a toa que a população branca ainda vive com pouco mais que o dobro da renda disponível, em média, para a população negra no país.

Desigualdade racial x desigualdade de renda

Os dados fazem parte da publicação “Desigualdades raciais, racismo e políticas públicas 120 anos após a abolição”, que o Ipea divulgou nesta quinta-feira (20).

Segundo o Instituto, a pergunta mais natural a se fazer é se a redução da desigualdade racial é de fato mera consequência da redução da desigualdade de renda.

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“É possível que a redução não seja consequência da redução nas práticas descriminatórias e, sim, do fato de negros serem maioria entre os beneficiários do Programa Bolsa Família, dos benefícios previdenciários indexados ao salário mínimo e do Benefício de Prestação Continuada, bem como de outros mecanismos de redução da desigualdade geral”, reflete o Ipea.

Secar a água e não fechar a torneira

A publicação ainda destaca que não se deve subestimar a importância da redução da desigualdade racial para a vida dos indivíduos negros no país.

A conclusão do Ipea é que, por serem a maioria da população na fatia inferior da distribuição de renda, qualquer política leva a melhorias absolutas ou relativas para os 50% mais pobres.

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Mercado de trabalho

O instituto destaca que, apesar dos avanços registrados, não houve alteração no quadro de oportunidades no mercado de trabalho – principal fonte de renda e de mobilidade social ascendente.

De acordo com o estudo, a situação da população negra no Brasil continua bastante vulnerável e a dependência de ações do governo mostra a inexistência de mecanismos sociais, institucionais e legais que alterem o cenário de desigualdade.