Inflação eleva insatisfação das famílias com a renda atual

Segundo pesquisa do CNC, as famílias mais abonadas são as mais pessimistas com relação aos ganhos atuais

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – As famílias com renda acima de dez salários mínimos estão mais pessimistas com relação à renda atual. E as pressões inflacionárias ajudaram a compor esse cenário, de acordo com os pesquisadores da CNC (Confederação Nacional do Comércio), que divulgou a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias nesta terça-feira (22).

Os dados mostram que a satisfação com o item renda atual apresentou o segundo pior desempenho, dentre os analisados pela confederação no primeiro trimestre deste ano, com alta de 1,1%, frente ao mesmo período do ano passado. Considerando apenas março, houve queda de 1,3%, na comparação com fevereiro e de 0,8% frente a março de 2010.

Insatisfeitos
Considerando as famílias de renda mais alta, a queda neste mês foi mais intensa, de 1,1%. Entre aqueles com ganhos de até dez salários mínimos, a satisfação com relação à renda atual caiu também, porém, em ritmo menos intenso (-0,8%).

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Para os pesquisadores, a evolução da satisfação das famílias com a renda atual “tem sido condizente com as persistentes pressões inflacionárias, sobretudo dos preços dos alimentos, e o reajuste nominal do salário mínimo menor que os dos últimos anos”.

Apesar disso, o número de brasileiros que consideram que sua renda atual está melhor agora representa a maioria: 53,4%. Outros 35,5% disseram que sua renda atual está igual ao do ano passado e 10,7% acreditam que está pior.

Inflação
Embora os alimentos não sejam os grandes destaques da inflação no início deste ano, eles ainda devem se impor em 2011. E, junto com serviços e preços administrados, serão os destaques da inflação acumulada deste ano.

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A análise é do economista André Braz, da FGV (Fundação Getulio Vargas). Segundo ele, o custo dos serviços, com os reajustes salariais, aliado ao bom desempenho da economia, deve fazer com que a contratação de serviços livres pese mais.

A avaliação do economista está em linha com a feita neste mês pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos), que constatou que os preços administrados, como impostos, energia elétrica, água e esgoto, telefonia, combustíveis e remédios, devem ser os grandes vilões em 2011.