Genro de político, dono de empreiteira vira bilionário graças à Copa do Mundo

A revista Forbes ressalta que o aumento da fortuna de César Mata Pires se deu nos últimos anos principalmente pelas obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas, das quais a OAS é a grande beneficiada

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A Copa do Mundo de 2014 já fez seu primeiro bilionário no Brasil: César Mata Pires, fundador e presidente da empreiteira OAS, do qual ainda possui 90%. Aos 65 anos de idade e genro do falecido Antônio Carlos Magalhães, Pires entrou na lista de bilionários da Forbes pela primeira vez, com uma fortuna de US$ 1,55 bilhão. 

A revista ressalta que o aumento da fortuna se deu nos últimos anos principalmente pelas obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas, das quais a OAS é a grande beneficiada. A empresa também presta serviços no serviço petroquímico e de concessões, mas é lembrada pela construção da Arena Fonte Nova e Arena das Dunas, em Salvador e Natal. 

Embora o governo federal não tenha aportado dinheiro diretamente na construção das duas arenas, ambas foram construídas com pesados empréstimos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), a juros mais baixos do que os de mercado. Com isso, a OAS deverá ganhar com a administração das duas arenas, que não são concessões. 

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O enriquecimento de Pires chamou a atenção em vários protestos contra a Copa, que se multiplicaram no País recentemente. A Bloomberg estima sua fortuna em um patamar até mais elevado do que o da Forbes: para o portal, Pires teria no mínimo US$ 4,7 bilhões, sendo que sua participação na OAS seria responsável por US$ 3,6 bilhões. 

Pires é um homem com bom relacionamento político, já que verbas públicas são cerca de metade das receitas de sua empresa, que constroi também obras para o Minha Casa Minha Vida. Pires é casado com Tereza Magalhães, filha de Antônio Carlos Magalhães. Com grandes suspeitas de favorecimento por causa de sua ligação política, a OAS é chamada informalmente de “Obras Arranjadas pelo Sogro”.  

Filho de um grande criador de gado na Bahia, Pires e sua esposa Tereza, porém, abriram mão da herança de R$ 500 milhões deixadas por ACM em sua morte, no ano de 2007. A fortuna adquirida com a OAS, portanto, lhe basta.