Folha de pagamento real da indústria cresce 5,6%, a maior taxa desde o início da crise

IBGE registrou alta em 17 dos 18 setores analisados em março e em 13 dos 14 locais pesquisados. Frente a fevereiro, alta é de 1,2%

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – O valor real da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria registrou alta de 5,6% em março, na comparação com o mesmo mês de 2009. O resultado é o terceiro anual consecutivo e alcançou a maior elevação desde setembro de 2008, quando os efeitos da crise econômica começavam a apresentar seus reflexos na economia do País.

Frente a fevereiro, a folha de pagamento real cresceu 1,2%. Em 12 meses, entretanto, o indicador acumula recuo de 1,9%, porém menos intenso que a queda registrada no mês anterior, de 2,5%. No acumulado dos três primeiros meses do ano, o acréscimo foi de 3,3%.

Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, divulgada nesta terça-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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Alta em 17 atividades
Considerando os valores pagos pela indústria em março, na comparação com o mesmo mês de 2009, o IBGE constatou alta em 17 dos 18 setores analisados.

Entre eles, os destaques ficaram com meios de transporte (11,1%), máquina e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (13,9%), máquinas e equipamentos (5,5%) e produtos químicos (6,5%).

No sentido oposto, a indústria de madeira foi a única que registrou queda no valor real da folha de pagamento dos trabalhadores, de 9,5% em março, frente ao mesmo mês do ano passado.

Análise regional
No âmbito regional, 13 dos 14 locais pesquisados apontaram acréscimo no valor da folha de pagamento real em março, frente ao ano passado, com destaque para São Paulo (5,1%), por conta do aumento do valor para os profissionais de meios de transporte (7,2%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (19,8%) e borracha e plástico (8,3%).

Na estado fluminense, a alta foi de 10,1%, principalmente por conta dos impactos positivos vindos de meios de transporte (33,8%) e de produtos químicos (29,3%). Apesar do aumento ter sido maior no Rio de Janeiro, na conta final, o peso da indústria paulista é maior.

Na mesma base comparativa, outras regiões registraram acréscimo no valor real da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria, como Minas Gerais (7,4%) e Paraná (8,1%).

A única exceção ficou com o Espírito Santo, que registrou queda de 1,7%, pressionado pela redução na folha de pagamento real em máquinas e equipamentos (-18,6%) e na indústria extrativa (-4,4%).

Sobre a pesquisa
O IBGE considera, em sua pesquisa mensal, o valor total da folha de pagamento do pessoal ocupado assalariado para o mês de referência. Neste cálculo, estão incluídos, entre outros: salários contratuais, horas extras, 13º salário, aviso prévio e indenizações, comissões e percentagens e participação nos lucros.