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Educação

Uma das fontes de informação que utilizei para desenvolver, neste mesmo blog, a série "A Engenharia e seu Ensino" foi o relatório"Panorama da Educação - 2012", elaborado pela OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, englobando estudos minuciosos sobre a realidade da educação nos 34 países membros e em outras oito nações que integram o G20 (incluindo o Brasil).
Por  Rubens Menin
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Uma das fontes de informação que utilizei para desenvolver, neste mesmo blog, a série “A Engenharia e seu Ensino” foi o relatório “Panorama da Educação – 2012”, elaborado pela OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, englobando estudos minuciosos sobre a realidade da educação nos 34 países membros e em outras oito nações que integram o G20 (incluindo o Brasil). Naquela ocasião, aproveitei a mencionada fonte para extrair os dados que me interessavam acerca do investimento de cada país na formação de seus estudantes de nível superior. Na presente abordagem, de âmbito mais geral, pretendo aproveitar a mesma fonte de dados para embasar outras interpretações.

Com efeito, segundo o relatório da OCDE, o Brasil gasta, em média, US$ 2.646,83 (valores do ano de 2009) no custeio escolar anual de cada um dos seus alunos, em todos os níveis, ou seja, desde a pré-escola até a universidade. É muito pouco, principalmente quando se considera que esses números médios estão influenciados, para maior, pelos nossos elevados dispêndios com a educação superior, conforme mostrei na mencionada série. Gastamos, por aluno-ano em todos os níveis, cerca de 25,5% do que gastam, em média, as 42 nações consideradas no estudo da OCDE e pouco mais de 29% do dispêndio médio dos 21 países que compõem a União Europeia. Precisamos aumentar isso rapidamente se quisermos melhorar a qualificação dos brasileiros e a nossa produtividade geral. De todo modo, e apenas para embasar um raciocínio simples, se considerarmos como sendo de 20 anos a duração total da formação escolar necessária à conclusão do ensino superior e admitindo uma taxa de câmbio de 2,10 R$/US$, o custeio escolar de cada profissional formado no país, segundo os parâmetros nacionais de 2009, terá sido, em média, de R$ 111.167,03.

Evidentemente, aumentar os investimentos e as dotações orçamentárias destinadas à educação, por si só, não é uma garantia de que alcançaremos as melhorias desejadas nesse estratégico setor. Isso tem que ser acompanhado também, entre outras providências, por melhorias efetivas no sistema de gestão da rede escolar e nos métodos pedagógicos gerais. Além disso, precisamos estar conscientes de que as respostas a esses estímulos não são imediatas. A formação de um profissional de ponta demanda, pelo menos, de 20 a 25 anos, se considerados os estágios da educação básica compatível e o treinamento inicial no mercado de trabalho. Até lá, como tratar as carências nacionais imediatas de muitos setores que se ressentem, fortemente, da falta de mão de obra qualificada, principalmente aquela com formação superior?

Circunstancialmente, a persistente crise econômica que se abateu sobre a Europa vem trazendo, como consequência para muitos países daquele continente, problemas sérios de empregabilidade para um numeroso contingente de profissionais qualificados, incluindo, justamente, algumas especialidades que nos fazem mais falta no momento (engenheiros, médicos, odontólogos, técnicos em informática, etc.). Atrair esses imigrantes qualificados através de uma Política de Estado específica, com os incentivos apropriados, pode ser uma boa solução de oportunidade, não apenas pelo valor econômico que cada um desses profissionais pode representar (custo de formação) como também, e principalmente, pela sua disponibilidade no curto prazo das nossas necessidades. 

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