Dieese: ano de 2010 teve ótimo saldo para negociações salariais na construção civil

Segundo estudo do Dieese, em 2010, todos os reajustes do setor de construção resultaram em ganhos reais para salários

Tércio Saccol

Publicidade

SÃO PAULO – O ano de 2010 foi especialmente vantajoso para os trabalhadores da construção civil. Segundo o retrato do Estudo Setorial da Construção 2011, apresentado nesta quinta-feira (12) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em 2010, todos os reajustes do setor de construção e mobiliário registrados resultaram em ganhos reais para os salários.

Esse resultado é equivalente ao observado em 2008 e melhor do que o verificado em 2009. Outro dado que chama a atenção, segundo o Dieese, é que, em 2010, quase um quarto das negociações analisadas conquistou reajustes com aumentos reais acima de 4%. Para que se tenha uma ideia, em 2008, menos de 5% das negociações tiveram esse resultado e, em 2009, nenhuma negociação.

Segundo o SAS (sistema de acompanhamento de salários) do Dieese, entre 2008 e 2010, 15% das negociações tiveram ganhos acima de 10% acima da inflação para os trabalhadores. Também é expressivo o número de negociações com valores de 2% a 3% maiores que a inflação – no total, 19,3% das negociações salariais tiveram esse reajuste.

Continua depois da publicidade

Pisos
De acordo com os dados levantados pelo estudo, seis entre dez pisos salariais da construção tiveram até 5% de aumento acima da inflação. Também é alto o número de negociações que tiveram mais de 8% acima da inflação em ganhos – aproximadamente duas em cada dez.

No total, dos pisos salariais dos setores ligados à construção e ao mobiliário, 19,3% estão entre R$ 600,01 e R$ 650 e, depois, vêm 17,5% que estão na faixa entre R$ 550,01 e R$ 575. O valor médio dos pisos salariais ajustados em 2010 foi de R$ 634.

O menor piso entre os estados foi verificado em Sergipe (R$ 510) e o maior está em São Paulo – R$ 886. Analisando por regiões, percebe-se uma grande distorção, sobretudo em relação à média do piso praticado no Nordeste (R$ 543,33) e Sudeste (R$ 686,88).