Construção Civil: emprego cresce 26% em dez anos e deve continuar em alta

Setor deve consolidar nos próximos anos sua importância como empregador de mão-de-obra e setor-chave para o País

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Entre 1998 e 2008, o número de trabalhadores na Construção Civil cresceu 26%, com a incorporação de 198 mil novos profissionais. Para os próximos anos, mesmo com o impacto no Brasil da crise econômica mundial, o setor deve consolidar sua importância como grande empregador de mão-de-obra e setor-chave para o País.

Isso porque o setor conta com investimentos públicos e privados previstos para os anos de 2007 a 2010, a exemplo do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e dos incentivos gerados pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida, segundo concluiu estudo do Dieese divulgado nesta quinta-feira (17).

Com essas medidas, a Construção Civil passou bem pela crise, o que se reflete no emprego. No primeiro semestre deste ano, a ocupação no setor cresceu 2,1% nas regiões da PED (Pesquisa de Empregados e Desempregados), o que corresponde a 21 mil pessoas. No total, o setor chegou a 1,023 milhão de trabalhadores, assalariados com e sem carteira, autônomos ou conta própria, além de pessoas com outras formas de inserção no setor.

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Diante disso, o estudo mostra que “não é improvável que o setor da Construção Civil siga crescendo nos próximos anos”, devido aos investimentos público e privado, mas também pelas modalidades de crédito e financiamento do setor, que devem apresentar forte expansão pela queda dos juros. O déficit habitacional e a necessidade de infraestrutura indicam que a demanda estará em forte expansão.

Evolução do emprego

Os dados de 1998 a 2008 mostram que as ocupações geradas pelo setor foram heterogêneas, sendo que uma parcela expressiva dos assalariados é formada por contratados de modo irregular, sem carteira de trabalho, e por trabalhadores que, embora se anunciem autônomos, contam com muita pouca liberdade, pois trabalham para um contratante e não detêm seus meios de produção.

A jornada de trabalho praticada no setor está, de maneira geral, no patamar legal de 44 horas semanais. Em 2008, a jornada média foi maior na Região Metropolitana de Recife (45 horas) e menor na de Belo Horizonte (42 horas). Mas ela não vem acompanhada de grandes rendimentos. Entre 1998 e 2008, à exceção da capital mineira (+7,6%), as demais regiões apresentaram queda no salário médio dos profissionais, variando de 4,9% em Salvador a 21,4% em São Paulo.

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Uma característica do setor é a alta rotatividade da mão-de-obra, maior entre os trabalhadores contratados do que entre aqueles que trabalham por conta própria na maioria das regiões. Entre 1998 e 2008, porém, o tempo médio de permanência no emprego passou de 41 para 65 meses.

A análise mostra ainda que uma parcela grande dos profissionais que atuam no setor não possui proteção social. Em 2002, 58,5% não contribuíam para a Previdência Pública no Distrito Federal, por exemplo, percentual que cai para 58,4% em São Paulo, 58% em Recife, 56,1% em Porto Alegre, 54,2% em Salvador e 49,2% em Belo Horizonte.