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SÃO PAULO – Enquanto o brasileiro gastou uma média de R$ 14,87 por dia para almoçar fora de casa no ano passado, o auxílio-refeição das empresas teve valor médio entre R$ 8 e R$ 9 por dia, o que significa que o trabalhador teve de desembolsar até R$ 5,87, em média, para comer fora durante o expediente, o que representa R$ 117,40 mensais.
Os dados são de pesquisa realizada pela Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador), que teve como objetivo mostrar o comportamento de preços em 2.360 estabelecimentos nas cinco regiões do país, durante os três últimos meses do ano passado.
A pesquisa avaliou o almoço padrão com prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e cafezinho.
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Motivos
De acordo com o vice-presidente da Assert, Roberto Baungartner, os empregadores têm oferecido valores que não acompanham o mercado e, para que eles sigam os preços praticados, a legislação precisa ser atualizada de acordo com a inflação. Ele citou a Instrução Normativa 267/2002, que estabelece para os empresários isenção fiscal de R$ 1,99 no auxílio-refeição.
“A instrução está defasada, com base em unidades fiscais de 1996. Precisa corrigir e, como conseqüência, os empregadores vão aumentar o valor do tíquete médio, para ter maior incentivo fiscal”, disse Baungartner.
Ele ainda afirmou que o PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) deve incluir as micro e pequenas empresas (MPEs), para que elas sejam alvos de isenção. “As MPEs são as maiores empregadoras no Brasil e no mundo”, afirmou.
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Diferenças regionais
A região Centro-Oeste foi onde os brasileiros pagaram mais para almoçar fora de casa, com valor médio de quase R$ 20. Em seguida, veio o Norte, com R$ 16,48, de acordo com a tabela abaixo, que também mostra as cidades que se destacaram em cada região:
Região | Média | Cidades destaque | Média |
Centro-Oeste | R$ 19,05 | Brasília | R$ 17,83 |
Norte | R$ 16,48 | Belém | R$ 14,82 |
Nordeste | R$ 14,92 | Fortaleza | R$ 13,33 |
Sudeste | R$ 14,52 | Rio de Janeiro e São Paulo | R$ 16,97; R$ 12,40 |
Sul | R$ 12,68 | Curitiba | R$ 14,49 |
Fonte: Assert
Segundo o vice-presidente, as diferenças são decorrentes do fato de o Brasil ser um país continente, o que significa que cada região tem suas características. Além disso, existe o custo de frete para alguns alimentos não produzidos na região. “Também, em Goiânia, por exemplo, houve migração de restaurantes a la carte para self service e, então, criou-se uma categoria de restaurante de preço fixo para se servir a vontade, mais com valor mais próximo ao a la carte”.