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Resultado da Dimensa vai se recuperar de forma “rápida e intensa”, diz CEO da Totvs

Resultado da controlada pressionou balanço da companhia no 4T23 e frustrou expectativas

Mitchel Diniz

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O tombo de quase 10% na ação da Totvs, após a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2023, mostrou o descontentamento de investidores e analistas com os resultados da companhia. Mas o core business da empresa em si pouco teve a ver com os números abaixo do esperado. Pesou, principalmente, o desempenho fraco da Dimensa, joint venture de softwares para o setor financeiro com a B3. 

Em entrevista ao Por Dentro dos Resultados, o CEO da Totvs, Dennis Herszkowicz, admitiu que o quarto trimestre ficou “muito abaixo” do padrão da Dimensa e afirmou que o desempenho não deve se repetir ao longo de 2024. 

“A recuperação de margem vai acontecer. Não necessariamente já no primeiro trimestre [deste ano] vamos ter margens iguais às do início do ano passado, mas certamente não será como a do quarto trimestre. A confiança existe, sim, de que os resultados vão se recuperar de forma rápida e intensa”, disse Herszkowicz.

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Leia mais: Receita recorrente vira palavra de ordem para Dimensa em 2024

O otimismo do executivo se ampara no fato de que “a Dimensa é sólida e líder no que faz”. A empresa é uma joint venture com a B3 e atua em infraestrutura de mercado financeiro. No quarto trimestre, a controlada passou por uma profunda reestruturação, com troca de comando, mudanças no modelo de negócio e no relacionamento com clientes. No período, o Ebitda da Dimensa encolheu para R$ 2 milhões e a margem caiu para 3,7%.

A Dimensa já foi uma unidade de negócios da própria Totvs e há pouco mais de dois anos a companhia decidiu segregá-la, como empresa independente. A B3 se tornou acionista, comprando 37,5% da empresa, com um aporte de R$ 600 milhões. 

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“Concluímos que seria necessário um novo time de gestão, uma nova liderança na empresa. Fizemos essas trocas e ajustes ao longo do quarto trimestre […] e os resultados do período sentiram os impactos dessas mudanças todas. Mas você não troca a gestão, a liderança de uma companhia todo trimestre e não troca de marcha a cada trimestre. Isso nos dá confiança em dizer que o quarto trimestre foi fora do padrão e não deve se repetir em 2024 ou mesmo olhando um horizonte mais longo de tempo”, diz Herszkowicz.

Dennis Herszkowicz, CEO da Totvs

A Totvs não dá guidance, portanto não sabe precisar quando as margens da Dimensa vão retornar aos patamares do começo do ano passado. 

“A Dimensa é uma empresa de software, um business, por natureza, muito rentável. É uma empresa com nível de recorrência de receita bastante alto e um nível de fidelidade de clientes também muito elevado. Tudo isso garante um modelo de negócio previsível, estável, e é isso que nos dá confiança de que os resultados de 2024 estarão muito próximos do que foram os resultados dos primeiros trimestres de 2023”, afirma o CEO. 

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Outro negócio da Totvs, a Techfin, joint venture com o Itaú, também entregou resultados aquém do esperado no quarto trimestre de 2023. No período, a receita da empresa cresceu apenas 0,8% e o Ebitda caiu 87,6%.

Receita continuou crescendo

O CEO destacou o crescimento robusto de receita da companhia “já há alguns anos, mesmo em um cenário econômico que ainda está muito longe de ser de crescimento acelerado”. Herszkowicz lembrou que elementos pontuais e sazonais podem impactar o resultado da empresa e nem tudo pode ser previsto com antecedência por analistas e investidores, levando a surpresas. 

“Às vezes o recorte de um trimestre pode não traduzir a história completa”, complementa o CFO, Gilsomar Maia. Ele aponta o crescimento de 46% no lucro líquido do ano cheio de 2023 e a estabilidade de margem no período. “Mesmo parte dos novos negócios, que ainda têm uma margem inferior à média geral da empresa, cresceu acima da média.”

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“Estamos em um momento que o custo de pessoal está sob controle”, afirmou Herszkowicz. O executivo explica que a Totvs passou por um forte turnover com o fim das restrições da pandemia. “Mas em 2023 tivemos uma redução importante dessa movimentação. Aumentamos o time, o que é sinal de crescimento da companhia. Hoje temos uma situação no mercado de trabalho mais tranquila e, combinado com uma inflação em queda, a gente não vê essa questão de custo com colaborador sendo um problema para nós”.

De maneira geral, os executivos da Totvs se mostram otimistas com o ambiente econômico. “O ano de 2023 já foi melhor do que se imaginava. […] E eu posso dizer que 2024 a perspectiva também é positiva, não só pela queda de juros, mas porque algumas reformas começam finalmente a avançar e também porque o cenário externo vem se estabilizando, apesar das questões geopolíticas”, disse Herszkowicz. 

“Você olha para os Estados Unidos, olha para a Europa e o ciclo de alta de juros claramente já acabou, o ciclo de inflação sem controle também”. 

O CEO chama atenção para o fato de que o segmento de tecnologia cresce de forma mais rápida que o próprio PIB real e nominal. “Entendemos que quando a economia brasileira está acelerando, como possivelmente será o ano de 2024, o mercado de tecnologia e de software, em particular, tende a se beneficiar bastante”, afirmou. 

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados