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O Instituto Inhotim, maior museu a céu aberto da América Latina, anuncia nesta segunda-feira (10) seu aplicativo para visitantes. Chamado “Inhotim” e já disponível para download nas Apple Store e Play Store, o app surge de um esforço institucional operacionalizado há três anos e recém personificado na liderança da CEO do Instituto, Paula Azevedo, e pela CFO, Luciana Zanini, e mais um time de diretores, e que tem como objetivo melhorar a experiência do visitante e consolidar uma visão de negócio focada na sustentabilidade financeira e social do Instituto.
A chegada do app às mãos dos visitantes coincide com esse momento de transformação do Inhotim e do que o instituto quer ser daqui para frente. “Não podemos deixar de ser negócio. Temos que captar e fazer a gestão de projetos, gerar programação interessante para trazer visibilidade e atrair patrocinadores e o público. Nossa maior fonte de receita hoje é a Lei Rouanet e a lei de Incentivo à Cultura de Minas Gerais. O Inhotim é um patrimônio cultural que tem que durar para sempre. Fazer isso acontecer é ter uma governança que pensa no longo prazo – do ponto de vistal financeiro e social”, afirma Luciana Zanini, CFO do Instituto Inhotim, em entrevista exclusiva ao InfoMoney.
Essa transformação de governança passa por muitas fases, mas Zanini destaca justamente a presença de Azevedo, que depois de dois anos no instituto, em janeiro de 2024, se tornou a primeira CEO mulher, e a criação de um conselho de sete diretores com formações diferentes e complementares.
“Essa mudança de gestão e visão vai ser replicada nas nossas políticas, incluindo os impactos que queremos gerar: financeiro e ambiental, mas também na biodiversidade, na cultura, e no limite nas pessoas”, afirma a CFO.
Essa visão também impacta a cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, sede do Instituto. A cidade é marcada pela tragédia de 2019, quando houve o rompimento da barragem da Vale: o maior acidente de trabalho no Brasil.
Zanini explica que a nova gestão replica toda sua visão de longo prazo para a cidade também. “Quanto mais eu capturar a atenção das pessoas, mais consigo captar e gerar valor econômico e social. Temos mais de 500 pessoas trabalhando no Inhotim e temos presença forte na reestruturação da região”, diz a executiva.
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Segundo ela, um dos objetivos do Inhotim é reconstruir o turismo e fomentar a economia de Brumadinho. E isso passa pela criação do app, para melhorar a experiência, atrair mais visitantes, mas também pelas parcerias na rede de hotelaria, por exemplo.
“Fomentando um novo ambiente socioeconômico, empregos e rendas são gerados, mais pessoas vêm para cá e incentivamos também até o empreendedorismo local, eventualmente, com novos negócios. É ciclo virtuoso”, analisa Zanini.
Diante disso, o Inhotim tem buscados nos últimos anos mais parceiros e patrocinadores que podem corroborar com o crescimento e desenvolvimento da região. Na visão da executiva é um “ganha-ganha” para todos os lados. A Vale é a patrocinadora master do Instituto, além de empresas como Cemig, o governo de Minas, Vivo, Volvo, Itaú, Mapfre, entre outras instituições de diversos setores. E o Clara Resorts é uma das empresas parceiras no segmento de hotelaria de luxo.
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Por que um app e a “inspiração Disney”
“Fizemos um estudo em 2022 para identificar as dores dos visitantes e identificar o perfil de público que recebemos. Pensamos em como melhorar a jornada dessas pessoas dentro do Inhotim. Aqui temos uma fusão entre arte e natureza e o app chega para ser um ‘companheiro’ do visitante, facilitando a exploração e o planejamento da visita. A experiência segue sendo offline”, afirma Luciana Zanini.
Para chegar nesse conceito, o desenvolvimento do aplicativo foi inspirado em referências de sucesso como os parques temáticos da Disney, o Getty Museum, em Los Angeles, nos EUA, e o Louvre, em Paris, na França.
A partir dos estudos desses outros locais e museus, o instituto criou um app que tem design, layout e usabilidade que prometem agradar e auxiliar o turista ou visitante. “Nosso cliente é cliente de outros serviços também. Não acessa só arte e cultura. Como integramos essa vivência de tecnologia? Por isso, montamos uma equipe de desenvolvedores que já trabalharam com serviços bancários, varejo, atacado, entre outros segmentos para embutir essas experiência no app”, diz a CFO.
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O app conta com marketplace online, mapas, orientações, curiosidades, entre outros itens. A ideia é não apenas informar, mas também antecipar as necessidades do visitante, oferecendo um suporte completo desde o planejamento da visita até a experiência no local.

Como o aplicativo funciona?
O aplicativo Inhotim é uma ferramenta intuitiva e responsiva, projetada para atender a uma variedade de perfis de visitantes, desde aqueles que buscam um passeio relaxante até os que desejam se aprofundar nas obras de arte e na botânica do local.
Os usuários podem personalizar sua experiência ao se conectar com o app, que oferece informações sobre a programação, compra de ingressos e roteiros sugeridos. A navegação é simplificada, permitindo que os visitantes explorem galerias, artistas e pontos icônicos do Instituto, tudo com um toque na tela.
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Em 2024, o Inhotim recebeu mais de 350 mil visitantes, com 60% deles aproveitando a gratuidade oferecida. O público do Inhotim é diversificado, com uma idade média entre 26 e 50 anos e mais da metade dos visitantes são de Minas Gerais. A ideia a partir do app é escalar esses números.
O app oferece uma série de funcionalidades, como a possibilidade de criar roteiros personalizados, consultar o calendário de eventos e acessar informações sobre alimentação e mobilidade dentro do parque.
É possível ver também dados sobre a distância a ser percorrida, o tempo estimado para cada trajeto e opções de transporte, como carrinhos elétricos para quem tem mobilidade reduzida. Além disso, a plataforma é inclusiva, oferecendo conteúdos em áudio e vídeo para deficientes visuais e auditivos.
O Inhotim quer se posicionar como um espaço de arte e cultura, mas também como um modelo de negócio sustentável que busca democratizar o acesso à cultura e à natureza.
