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Economia de R$ 90 milhões e na mira de Luiza Trajano: o impacto da IA nas empresas

Inteligência artificial foi um dos principais temas de evento sobre inovação realizado nesta semana em Porto Alegre (RS)

Lucas Gabriel Marins

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Se houve um tema que dominou as palestras e as conversas paralelas do South Summit Brazil 2025, que aconteceu entre os dias 9 e 11, em Porto Alegre (RS), foi a inteligência artificial. E não é para menos: a tecnologia está sendo aplicada em diversas áreas – do varejo à agricultura e ao mercado cripto – e pode adicionar uma receita de até US$ 13 trilhões até 2030, segundo estimativas da consultoria McKinsey.

Durante o evento, foram apresentados diversos cases e insights, de grandes companhias a startups. A mensagem central foi clara: é preciso aprender a navegar nesse novo cenário que parece ficção científica, seja você empresário ou funcionário de alguma firma. Quem não acompanhar essa transformação corre o risco de ficar para trás. E mais: não basta adotar a IA – é fundamental saber utilizá-la de forma estratégica, aproveitando os dados coletados de maneira inteligente.

Uma das entusiastas do setor é Luiza Trajano, presidente do Conselho do Magazine Luiza (MGLU3). Durante sua participação no evento, ela lembrou que a empresa começou como uma pequena loja no interior, passou por diversas fases ao longo das décadas e agora vive um novo momento de transformação por meio da inteligência artificial – mesmo em meio às turbulências recentes.

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“O que estamos vendo são agentes de inteligência artificial mudando completamente a experiência do cliente. A transformação é enorme. E a IA não vai tirar trabalho de quem estiver inserido nesse processo”, afirmou Trajano.

A empresa vem investindo no aprimoramento da Lu, sua assistente virtual baseada em IA, além do Magalu Cloud, sua plataforma de serviços em nuvem, e outras iniciativas tecnológicas.

R$ 90 milhões

A transformação não se limita ao varejo. A SLC Agrícola (SLCE3), produtora de commodities fundada em 1977, em Horizontina (RS), também apostou pesado na inteligência artificial. A empresa conectou todos os seus sistemas, modernizou suas aplicações e softwares, e criou um data lake corporativo – um repositório que integra dados de diferentes fontes, contou Rafael Rosa, gerente de tecnologia da empresa, para o InfoMoney. “Isso abriu um leque imenso de oportunidades”.

Segundo ele, o uso de visão computacional no campo permite, por exemplo, identificar a localização exata de uma praga e decidir, com base em IA, se vale a pena aplicar ou não determinado produto na área afetada. “Antes, você aplicava o defensivo na área toda ao detectar uma doença. Hoje, com o celular, tira-se uma foto georreferenciada, e um software com IA processa tudo isso para orientar a melhor decisão.”

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O resultado? A empresa economizou cerca de R$ 90 milhões na última safra com o uso de inteligência artificial.

De dados a valor

Para Gustavo Ioschpe, fundador e CEO da Big Data, o verdadeiro poder da IA está em transformar informações em ações concretas. Em sua palestra no evento, ele destacou que não basta gerar insights sofisticados – é preciso garantir que eles sejam acionáveis e gerem resultados reais.

“Coletar dados e processá-los com IA é só o começo. O que importa é gerar valor com isso”, afirmou o empresário, que atende clientes como Ambev, Petrobras, Ipiranga e Unilever.

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Um dos exemplos citados por Ioschpe foi o uso de mais de 21 mil variáveis no mercado norte-americano, o que, segundo ele, só é possível com o suporte da inteligência artificial. “Modelos tradicionais não dão conta do recado. Só a IA consegue processar vídeo, áudio, imagem, texto – e transformar tudo em conhecimento útil.”

Entre os produtos oferecidos pela empresa estão o Priceo, que define o preço ideal para cada produto com base no perfil do cliente e sua localização, e o One-click Order, que recomenda produtos personalizados conforme o histórico e preferências do usuário. “Se você tem muitos dados e muitos produtos, pode ganhar muito mais dinheiro com IA do que com metodologias tradicionais”, concluiu Ioschpe.”

IA e cripto

E já que Ioschpe falou sobre dados, vale destacar o IAGO, novo assistente virtual do Mercado Bitcoin, desenvolvido com base em IA generativa. Segundo a exchange de criptomoedas, a ferramenta já é capaz de resolver mais de 40% dos atendimentos ao cliente sem a necessidade de intervenção humana. O IAGO será gradualmente integrado a todos os canais digitais da empresa – como site, aplicativo e WhatsApp – e a expectativa é alcançar, no fim de 2025, a marca de 80% dos casos de atendimento pós-venda solucionados de forma automatizada.

“O IAGO é parte central da nossa estratégia AI First, e marca um avanço importante no uso de inteligência artificial para melhorar a experiência e a jornada do cliente, oferecendo, sobretudo, segurança ao investidor”, afirmou Gustavo Figueiredo, CTO do MB.