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Conab reduz estimativa para a colheita de soja no país em 2023/24

Estatal passa a prever 155 milhões de toneladas, 5 milhões a menos que o calculado em dezembro

Fernando Lopes

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou as expectativas e reduziu de forma expressiva sua estimativa para a colheita de soja no país nesta safra 2023/24, em razão dos problemas climáticos que prejudicaram o plantio e o desenvolvimento das lavouras em polos do Centro-Oeste no quarto trimestre do ano passado. Em relatório divulgado na manhã desta quarta-feira, a estatal projetou a produção da oleaginosa em 155,3 milhões de toneladas, quase 5 milhões a menos que o previsto no mês passado. 

O volume ainda é 0,4% maior que o registrado no ciclo 2022/23 e, se confirmado, representará um novo recorde. Mas significa uma quebra importante, uma vez que no início da semeadura esperava-se entre 163 milhões e 165 milhões de toneladas. Sobretudo por causa desse corte, a Conab passou a calcular a produção brasileira de grãos como um todo em 306,4 milhões de toneladas, ante as 312,3 milhões estimadas em dezembro e as 320 milhões de 2022/23. Mas esse número deverá diminuir, em virtude de ajustes para baixo que ainda serão feitos na safrinha de milho.

Falta de chuvas no Centro-Oeste obrigou produtores a replantar a soja e aumento o risco sobre a segunda safra de milho

No relatório de hoje, a Conab lembrou que chuvas escassas e mal distribuídas afetaram o plantio de grãos na região central do país, enquanto precipitações volumosas ainda atrapalham a semeadura do Sul. “Os efeitos podem ser resumidos na redução do vigor das sementes, abortamentos florais, tombamentos de plantas, baixo desenvolvimento de lavouras, antecipação de ciclos fenológicos, replantios, incerteza de semeadura, substituição e/ou redução de área, impactos no calendário de plantio e aumento de riscos dos resultados na produtividade das culturas”, diz a estatal.

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Por conta das condições climáticas adversas, a Conab também diminuiu a estimativa para a colheita da primeira safra de milho de 25,3 milhões para 24,4 milhões de toneladas, 10,9% menos que em 2022/23. Mas manteve a projeção para a segunda safra em 91,2 milhões de toneladas, com queda de “apenas” 10,9%. Essa queda é justificada por uma combinação entre retração de área plantada, em decorrência de preços pouco atraentes, e produtividade menor, mas especialistas alertam que o atraso da colheita de soja no Centro-Oeste poderá aprofundar o corte. A safrinha de milho é semeada em áreas cultivadas com soja no verão, e o plantio se dá após a colheita da oleaginosa.

No total, incluindo uma terceira safra plantada em algumas regiões do país, a produção brasileira de milho agora está estimada pela Conab em 117,6 milhões de toneladas em 2023/24, volume 10,9% inferior ao indicado para a temporada passada. Mas os problemas que tendem a prejudicar a safrinha poderão abrir mais espaço para a produção de algodão, por enquanto projetada pela Conab em 3,1 milhões de toneladas da pluma, 2,3% menos que em 2022/23. “Com a semeadura ultrapassando 30% no país, a área estimada em 1,767 milhão de hectares poderá variar, já que parte da área que deveria ser replantada com soja em Mato Grosso deverá ser ocupada com outras culturas, dentre elas o algodão”, avalia a estatal.

Para a colheita de arroz, a Conab manteve a projeção de 10,8 milhões de toneladas em 2023/24, com aumento de 7,2% em relação ao ciclo passado. No caso do feijão, a expectativa é de produção total de 3 milhões de toneladas, volume praticamente estável em relação ao de 2022./23. Como o plantio de trigo ainda está distante, a estatal ainda usa no quadro da safra atual o volume colhido no segundo semestre do ano passado (8,1 milhões de toneladas).

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IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou na manhã de hoje novas estimativas para a colheita de grãos no país este ano. Segundo o órgão, a produção total chegará a 306,5 milhões de toneladas, com queda de 2,8% na comparação com o volume de 2023. Somados, soja, milho e arroz representam 87,1% da área a ser colhida e 93,1% da colheita de grãos esperada.

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