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Cerradinho dobra alavancagem e endividamento cresce 58%

Altos estoques de etanol e investimentos em greenfield mexem com resultado financeiro da companhia

Alexandre Inacio

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A Cerradinho Bioenergia, uma das maiores produtoras de etanol do Brasil, viu sua alavancagem crescer duas vezes e meia ao final de 2023. A relação dívida líquida/Ebitda passou de 1,95 vezes no início da safra, em março de 2023 para 4,79 vezes em dezembro do ano passado.

A dívida líquida da companhia cresceu 58% no período e encerrou o ano em quase R$ 2,5 bilhões. A empresa justificou a atual situação aos investimentos que têm sido feitos na construção de sua nova planta em Mato Grosso do Sul e aos elevados estoques de etanol que se formaram diante da queda dos preços do combustível no mercado.

A companhia investiu pouco mais de R$ 1 bilhão para construir em Maracaju a segunda unidade de sua subsidiária Neomille. A nova fábrica iniciou a produção em janeiro, com capacidade para processar 608 mil toneladas de milho.

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Agora, a expectativa é que os primeiros resultados da unidade sejam sentidos a partir no primeiro trimestre de 2024. “A unidade traz consigo uma nova fase para a companhia, com um significativo aumento de produção, elevando a capacidade instalada da Cerradinho Bioenergia para 13,6 milhões de toneladas de cana equivalente”, disse Paulo Motta, CEO da Cerradinho.

Diante do atual cenário, a companhia já viu seu lucro líquido encolher 70% no acumulado de nove meses do seu ano fiscal – março a dezembro de 2023 – para R$ 86,6 milhões. Esse resultado foi praticamente todo obtido no terceiro trimestre do ciclo – entre outubro e dezembro – quando o lucro líquido  quase triplicou e chegou a R$ 87,8 milhões.

A receita líquida da Cerradinho em nove meses caiu 6,3% para R$ 1,84 bilhão. A empresa se recuperou no terceiro trimestre e viu sua receita crescer 1,2% e chegar a R$ 580,2 milhões, mesmo com a retração nas vendas de etanol de cana e milho.

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Tradicional na produção de etanol, a Cerradinho quer entrar agora na produção de açúcar. A companhia anunciou em meados de 2023 um investimento de R$ 280 milhões para construir de sua primeira planta para produção do adoçante.

Projetada para ter uma capacidade para 330 mil toneladas de açúcar por ano, a fábrica será instalada no complexo que a companhia já possui em Chapadão do Céu (GO). À época do anúncio, a expectativa é que a unidade entre em operação no meio da safra 2024/25, que será iniciada no próximo mês de março.