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Cenário de crédito para grandes empresas em 2024 é benigno, diz CEO do Itaú

Segundo Milton Maluhy Filho, provisionamentos estão adequados e casos recentes de recuperação judicial não são motivo de alerta

Mitchel Diniz

Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco, durante participação no Rio Web Summit (02/05/2023 REUTERS/Pilar Olivares)

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Um ano atrás, o mercado questionava se os bancos seriam mais restritivos nos empréstimos para empresas, depois do rombo contábil bilionário nas Americanas. Hoje, a maior instituição financeira privada do país sinaliza não haver motivo para tal desconfiança e traça um panorama positivo para o crédito de atacado, segmento que financia negócios com faturamento em R$ 500 milhões e R$ 4 bilhões.

Segundo Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, o cenário para 2024 é benigno. “O que é que ajuda? Crescimento do PIB, muito importante, produtividade, investimento e taxa de juros”, afirmou o executivo, em coletiva de imprensa sobre os resultados da instituição financeira no quarto trimestre de 2023 e no ano cheio.

A carteira de crédito de grandes empresas do banco estava em R$ 374,8 bilhões ao final do último mês de dezembro, com crescimento de 8,7% no quarto trimestre de 2023, na comparação anual.

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O Itaú calcula que a taxa Selic deve terminar 2024 em 9% e, segundo Maluhy, isso abre “bastante espaço” para investimento por parte das empresas, ao mesmo tempo que tira a pressão do endividamento das companhias, que costuma estar indexado ao CDI.

“O custo de crédito sobre a carteira desse segmento vem rodando abaixo do que a gente observava antes da pandemia e vem assim há alguns anos consecutivos. A gente sempre fala em normalização gradual, mas dentro do nosso apetite, sem nenhum tipo de preocupação ou alerta”, afirma.

“No atacado, especialmente, a gente vê o custo de crédito bastante comportado nas nossas projeções para 2024, sem nenhum caso que nos acenda um alerta. Inclusive com um nível de provisionamento para aqueles clientes que, claramente, tem uma sinalização de maior preocupação, estamos com provisões em níveis adequados”.

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Maluhy afirma que os mais recentes casos de empresas em recuperação judicial não mexeram com os ponteiros de provisionamento dos bancos, que, segundo ele, seguem alinhados ao nível de risco das carteiras.

“O próprio caso da Gol, é imaterial a nossa exposição, de menos de R$ 1 milhão. É absolutamente irrelevante”, disse o executivo.

“Em outros casos, a gente viu, inclusive, ocorrer ‘RJ da RJ’ e já tínhamos um nível de provisionamento adequado. A gente entra 2024 com um balanço super protegido, mais do que adequado para o ciclo que vem pela frente e não esperamos nem antevemos nenhum evento específico. Mas é claro que, no segmento de atacado, com uma carteira do tamanho da nossa, eventos acontecem”, admite.

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De maneira geral, o CEO acredita que as empresas terão mais oportunidades de acesso à crédito este ano, seja pelo próprio balanço do banco ou via mercado de capitais. “Teremos condições de levar essas empresas a ter acesso a uma oferta bastante importante que o mercado de capitais traz para compor o funding dessas companhias”.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados