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Os bônus em Wall Street devem crescer pelo segundo ano consecutivo, à medida que a volatilidade do mercado impulsiona a demanda por negociações e a retomada dos negócios de fusões e aquisições finalmente acontece.
Banqueiros de investimento, traders e profissionais de gestão de patrimônio estão todos prestes a receber aumentos em seus pagamentos de incentivo de final de ano, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira (5) pela consultoria de remuneração Johnson Associates. Os traders de ações, que ajudam investidores a posicionar suas apostas no mercado, podem ter os maiores ganhos, com pagamentos previstos para subir até 25%, impulsionados pelas oscilações do mercado.
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“Este é um ano singularmente positivo em todos os setores”, disse Alan Johnson, diretor executivo da Johnson Associates, em entrevista. “A economia e os mercados financeiros se mantiveram firmes. E os bancos se beneficiaram da volatilidade contínua.”
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As tendências indicam mais um ano de destaque para os pagamentos de incentivo, após a recuperação da receita em Wall Street em 2024. O ano passado terminou com pagamentos fortes, após anos de contenção, com lucros em alta em toda a indústria financeira. Mesmo diante de incertezas geopolíticas persistentes, a retomada dos negócios deve levar a um segundo ano de pacotes de remuneração maiores, segundo a Johnson Associates.
A previsão acompanha o forte desempenho dos bancos americanos no terceiro trimestre, durante outro período volátil desde que o presidente Donald Trump iniciou sua guerra comercial global, aumentando a demanda nas mesas de negociação. Para os traders de ações, os bônus podem subir entre 15% e 25%, enquanto os traders de renda fixa podem ter um aumento mais modesto, entre 5% e 15%, segundo o relatório.
Essas projeções refletem o que outros relatórios do setor esperam para os pagamentos, com os traders de ações prontos para o maior aumento. A empresa de recrutamento Options Group espera que os bônus dos traders de ações sejam quase 14% maiores do que o total do ano passado, disse no início desta semana.
Clientes corporativos que haviam freado as vendas de ações e títulos enquanto o Federal Reserve elevava as taxas de juros retornaram ao mercado. Por causa desse movimento, os subscritores de ações não estão muito atrás dos seus pares de dívida em termos de pagamentos previstos, com bônus previstos para subir até 8%. Os subscritores de dívida podem ver seus pagamentos de incentivo crescerem até 15%.
Crédito privado e ofertas secundárias são alguns dos “destaques” deste ano, à medida que esses mercados evoluem e a demanda por esses produtos continua crescendo, disse Alan Johnson. Mas essa parte da indústria de crédito começou a mostrar sinais de fragilidade com as falências da financeira de automóveis Tricolor Holdings e do fornecedor de peças First Brands Group. O único setor que continua a apresentar desempenho fraco é o imobiliário, onde os bancos tradicionais reduziram o crédito.
O aconselhamento está em alta em tempos de incerteza. A forte demanda por serviços de gestão de patrimônio deve impulsionar os pagamentos de incentivo para os profissionais desse segmento em até 10%, acima dos 5% estimados pela Johnson Associates em agosto. Da mesma forma, os que atuam em gestão de ativos podem ter um aumento de até 12%, impulsionado pela valorização do mercado e pelos aportes em fundos negociados em bolsa ativos e veículos de investimento alternativos.
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Os bônus na indústria financeira cresceram quando a pandemia desencadeou uma onda de negociações e negócios em 2021, e novamente no ano passado, quando os gestores aumentaram os pagamentos para refletir a retomada dos negócios e o otimismo para 2025. Uma previsão do mês passado feita pelo controlador do Estado de Nova York, Thomas DiNapoli, indicou que o fundo de bônus de Wall Street provavelmente baterá recordes, com os lucros das 130 empresas listadas na Bolsa de Nova York caminhando para um patamar histórico.
A atividade tradicional de fusões e aquisições começou a se recuperar dos níveis baixos causados pelas altas taxas de juros e preocupações geopolíticas. Os bônus do setor de consultoria devem subir até 15% neste ano, à medida que a atividade de M&A retorna ao seu melhor nível desde 2021, segundo a Johnson Associates.
A remuneração anual ainda pode mudar, especialmente com a incerteza sobre a economia, as políticas mutáveis de Trump e o caminho esperado do Fed para reduzir as taxas de juros. Os bancos americanos iniciarão as conversas sobre remuneração nas próximas semanas, com os bônus previstos para serem pagos no início do ano que vem.
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A volatilidade e a incerteza do mercado afetarão algumas partes da indústria financeira mais do que outras, com os bancos de varejo e comerciais particularmente vulneráveis. Os bancários dessas áreas devem ver seus pagamentos de incentivo estáveis ou com aumento de até 5%, disse a Johnson Associates, com menor atividade de crédito e maiores provisões para perdas.
No geral, o momento positivo que o setor está vivendo provavelmente não continuará, disse Alan Johnson.
“Agora, estamos no topo da montanha”, afirmou. No próximo ano, a remuneração deve ficar estável, à medida que a economia desacelera e as perdas eventualmente aparecem, disse Johnson, “por causa das apostas arriscadas que as pessoas fizeram por vários anos.”
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