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Banda larga vive “flashback” do que foi o segmento móvel, diz CEO da TIM, sobre disputa de preços

Alberto Griselli acredita que segmento ainda é pouco atrativo e precisa de consolidação

Mitchel Diniz

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A concorrência acirrada na banda larga, com inúmeras operadoras regionais e grandes players na disputa por clientes, reduz o apetite da TIM por investimentos nesse segmento – ao menos no curto prazo. Enquanto a parte de serviços móveis parece finalmente ter alcançado a racionalidade, com menos competidores e operadoras conseguindo subir preços, o mercado de banda larga caminha no sentido oposto. As empresas têm “pechinchado” para ampliar suas bases.  

“É como se fosse um flashback do que se viveu alguns anos atrás no mundo móvel”, afirmou Alberto Griselli, CEO da TIM, em entrevista ao Por Dentro dos Resultados, do InfoMoney. “Recentemente um player nacional acabou de baixar novamente o preço das ofertas de entrada.”

No mês passado, a Oi anunciou a redução de preço de pacotes de internet banda larga com velocidades mais altas. 

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“É um segmento que, ao meu ver, não é muito atrativo”, complementa Griselli. O executivo admite que, com apenas 2% de participação nesse mercado, a TIM está sub representada e, pelo seu tamanho em presença em todo o país, poderia ter uma fatia muito maior dentro do segmento segmento.

“Crescer no mercado é a parte fácil. É só colocar um pouco mais de gasolina na nossa máquina comercial e a gente captura crescimento. O difícil é crescer com rentabilidade. E, na nossa estratégia, queremos conciliar as duas coisas”. 

Para Griselli, o mercado de banda larga precisa de consolidação para se tornar mais saudável, um movimento que deve começar entre players pequenos e médios. “Temos o luxo de esperar para escolher o momento certo para entrar de maneira mais forte nesse segmento”. 

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Assim, a TIM segue focada em continuar crescendo em serviço móvel. Em 2023, a receita do segmento avançou 11,1%, para R$ 23,112 bilhões. “Existia uma dinâmica competitiva em que a competição se dava bastante em relação ao preço. Nos últimos anos isso mudou. A qualidade do serviço ficou mais importante para o cliente e o modelo competitivo passou de volume para valor”, afirmou Griselli.

“Subimos, como setor, na importância para as pessoas. Não só para serviços de entretenimento, mas para educação, trabalho, geração de renda. […] 80% das transações bancárias já acontecem no celular”, diz o CEO. 

O executivo, porém, observa que o consumo médio de dados no Brasil segue relativamente baixo. “Estamos falando de 7 gigabytes por mês [por cliente] — em países mais desenvolvidos são 20. Então tem uma necessidade de aumento do serviço”. 

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As iniciativas para acrescentar valor aos pacotes contratados incluem serviço de vídeo para clientes pré-pago, consultas de telemedicina por meio da parceria com o grupo Cartão de Todos e cashback no aplicativo Zé Delivery, fruto de uma outra parceria, com a Ambev. Os clientes de maior poder aquisitivo, assinantes do TIM Black, tem conectividade em voos domésticos da Gol e Latam. 

“A competição está indo em outra direção, mas o sistema permanece bastante competitivo”, afirma o executivo. 

A receita média por usuário (ARPU) da companhia bateu recorde no quarto trimestre do ano passado. Griselli explica que, além do crescimento do tíquete médio do cliente, o resultado foi influenciado pela redução da base, com a “limpeza” de usuários oriundos da Oi que estavam inativos.

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Sobre as sinergias com a aquisição da Oi Móvel, o executivo diz que já estão quase todas concluídas. “Éramos o operador com o menor número de frequências, comparado aos nossos competidores. Com a aquisição preenchemos esse gap. Isso se traduz em eficiência de capex e qualidade de serviço”, afirma o CEO. Com a conclusão da integração das frequências e da migração da base de clientes do sistema da Oi, a TIM está na etapa final do descomissionamento de 4.500 torres. 

“Conseguimos acelerar muito em 2023 esse programa e já antecipamos o target de 2024. O trabalho está, essencialmente, concluído”. 

A TIM diz ser líder na implementação do 5G no Brasil e Griselli avalia que a curva de aceitação da tecnologia tem se desenvolvido de forma mais rápida do que no 4G. A estratégia da companhia, inicialmente, é fazer uma implementação massiva em grandes capitais, buscando eficiência de capex. “Isso explica a melhora da qualidade do serviço que estamos comunicando aos nossos clientes e a possibilidade de ter sob controle o nosso investimento de capex”. 

O plano estratégico da companhia prevê investimentos entre R$ 4,4 bilhões e R$ 4,6 bilhões por ano até 2026, com o objetivo de aumentar a qualidade de serviços e produtividade das operações. 

“A cobertura foi largamente endereçada, existe um esforço residual. O que a gente faz é investimento capacitivo, o que significa colocar mais capacidade para uma demanda que cresce e, no nosso caso, isso tem muito a ver com 5G”, explica Griselli.   

“A segunda parte tem a ver com medidas de aumento de produtividade: lançar algo de novo, internalização do e-commerce, implementação de inteligência artificial”. 

Griselli diz que a empresa segue rigorosa em controle de custos. “Os últimos anos foram de inflação bastante elevada. Tivemos que lançar bastante iniciativas para conter esse impacto e o Ebitda crescer acima das receitas. E isso faz parte da nossa rotina. Então custo é algo que se pode trabalhar para melhorar produtividade”.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados