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Banco de Investimento Boutique aposta no negócio de consultoria de dívida no Brasil

Com menos fusões e aquisições sendo realizadas, a BR Partners planeja expandir a gestão de patrimônio para gerar fontes de receita mais estáveis e diversificadas

Bloomberg

Ricardo Lacerda, CEO da BR Partners (Foto: Victor Moriyama/Bloomberg)
Ricardo Lacerda, CEO da BR Partners (Foto: Victor Moriyama/Bloomberg)

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(Bloomberg) — Com cerca de 25% das grandes empresas brasileiras enfrentando altos níveis de endividamento, Ricardo Lacerda diz que está expandindo os serviços de consultoria em reestruturação de dívidas de seu banco de investimento boutique.

“As empresas brasileiras, no geral, estão em boa saúde financeira, mas algumas assumiram dívidas excessivas para investimentos ou aquisições quando as taxas de juros estavam baixas,” disse Lacerda, CEO da BR Advisory Partners Participações SA (BRBI11), em entrevista. “Esses investimentos não deram certo, as taxas de juros subiram, e tudo isso acabou sufocando um pouco essas empresas.”

Entre seus clientes está a empresa de gestão de resíduos Ambipar Participações e Empreendimentos SA (AMBP3), que contratou a BR Partners para trabalhar em uma reestruturação, disseram pessoas familiarizadas com o assunto no mês passado. Ele também está trabalhando com a empresa de operação e serviços de transporte Investimentos e Participações em Infraestrutura SA, conhecida como Invepar, que está em negociações com credores para reestruturar dívidas.

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O banco de investimento também assessorou reestruturações para a agência de viagens CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens SA (CVCB3), a rede de lojas de departamento Marisa Lojas SA (AMAR3) e o time de futebol Santos Futebol Clube.

“Algumas empresas precisarão passar por um processo de redução de alavancagem, e outras terão que passar por reestruturação de dívida,” disse Lacerda. “Essa é uma dinâmica que veremos continuar nos próximos meses.”

Com menos fusões e aquisições sendo realizadas, a BR Partners planeja expandir a gestão de patrimônio para gerar fontes de receita mais estáveis e diversificadas. A empresa, que no mês passado listou seus American Depositary Receipts na bolsa Nasdaq, tem cerca de R$ 7 bilhões (US$ 1,3 bilhão) em patrimônio sob gestão e espera “rapidamente” alcançar R$ 20 bilhões, segundo Lacerda.

O CEO liderou uma roadshow nos EUA para atrair investidores de small caps e disse ter se surpreendido com o nível de engajamento deles.

“Enquanto investidores dedicados a mercados emergentes buscam apenas os grandes nomes, fundos de small caps se preocupam menos com a liquidez diária da ação porque suas posições são mais de longo prazo,” afirmou.

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A BR Partners, que tem 210 funcionários, entregou um retorno médio sobre capital de 22% ao longo de 15 anos e crescimento médio anual de receita de 24%, segundo Lacerda.

Fundada em 2009, a BR Partners começou como uma boutique de fusões e aquisições e depois adicionou produtos ao seu portfólio. Em 2013, recebeu licença bancária e passou a estruturar operações de crédito para clientes, que são distribuídas a fundos de investimento. Captou R$ 400 milhões de investidores qualificados em uma oferta pública inicial em 2021, e agora tem cerca de 50 mil pessoas físicas investindo em suas ações, representando cerca de 60% do free float.

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O banco está crescendo na gestão de caixa e passivos para grandes clientes corporativos, e oferece derivativos, além de produtos cambiais e estruturados.

A BR Partners, com cerca de R$ 3,7 bilhões em fundos de investimento sob gestão, tem cerca de 3 mil clientes institucionais e não pretende expandir esse número de forma dramática, disse Lacerda.

“Não queremos entrar no varejo, não queremos entrar no mercado médio,” afirmou. “Queremos ser um banco de serviços independente” que não concorra com os clientes.

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