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Amazon quer que entregas cheguem voando, agora também na Europa

Varejista americana apresentou novo drone que vai operar na Itália , Reino Unido e nova cidade dos EUA no fim de 2024

Giovanna Sutto

(Reprodução/Amazon)

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No mundo do e-commerce, é preciso ir cada vez mais longe – e mais rápido. Para esse desafio, a Amazon criou o Prime Air, braço de soluções aéreas para entregas de produtos, que vai aterrisar também em território europeu em 2024. Durante o “Delivering the Future”, evento da varejista que acontece nesta semana em Seattle, nos EUA, a companhia anunciou que Itália e Reino Unido também será atendidas pelo Prime Air a partir do fim do próximo ano.

O serviço com drones foi lançado ano passado e funciona em duas cidades dos EUA: em Lockeford, California, e College Station, no Texas. Uma terceira cidade americana – ainda não revelada – também passará a receber entregas via drones no próximo ano. Nessas regiões, as entregas passarão a ser feitas no ano que vem por um  novo modelo de drone, o MK30, um upgrade da versão atual (MK27).

“O novo modelo é 30% mais silencioso que seu antecessor, e também é menor, mais leve e mais rápido para entregar cada vez mais velocidade e conveniência. Queremos oferecer uma experiência holística e a entrega via drone faz parte dessa estratégia”, afirmou David Carbon, vice-presidente da Prime Air, durante apresentação no Delivering the future.

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Na rua, na chuva, na fazenda

O uso dos drones vai permitir  que a empresa atenda às emergências do dia a dia ao fazer entregas no “last mile” (até a porta do consumidor) em regiões mais densas e/ou em áreas rurais, em horas — locais onde a entrega tende a ser mais demorada  por causa da distância ou em função do trânsito ou o acesso mais difícil.

Nas cidades que participam dos testes, os clientes elegíveis podem escolher entre milhares de produtos disponíveis para entregas via drones.

Os drones se conectam ao sistema logístico da Amazon no local que atuam. As câmeras do drone identificam objetos e detectam, com ajuda de machine learning e inteligência artificial, quaisquer estruturas ou objetos salientes do solo – incluindo pessoas e animais – e verificam se obstáculos estão interferindo no caminho de descida. Quando a zona de entrega está livre, o drone libera o pacote, sobe de volta à altitude e retorna ao centro de entrega.

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Se por algum motivo não for possível entregar o pacote, como no caso de o cliente não conseguir buscar o pacote no local determinado, o drone retorna até o centro de distribuição e tenta a entrega em outro momento.

O cliente pode receber o pacote em sua porta, no topo de seu prédio ou ainda em pontos selecionados – nesse caso, o cliente recebe um aviso e precisa ir até o local retirar o pacote. Em nenhum caso o cliente tem interação com o drone.

Carbon pontua que é uma operação complexa por envolver agentes públicos, autorização regulatória e uma série de definições para funcionar e chegar até o cliente, como os pontos onde o drone pode aterrissar para deixar o produto que carrega ou mesmo a temperatura da região para a performance do drone ser melhor – o MK30 consegue funcionar em condições mais adversas que o seu antecessor, como durante chuvas mais leves.

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Ainda não há previsão de lançamento da modalidade no Brasil justamente porque a regulamentação local ainda não permite que um drone deixe um pacote em frente a porta de um consumidor, por exemplo, conforme explicou Felipe Moraes, líder de suply chain do Brasil.

E se você imagina uma estrutura pequena, pode se surpreender: o drone tem o tamanho de uma pessoa, embora possa carregar apenas um produto por vez com o tamanho de uma caixa de sapato.

(Reprodução/Amazon)

O que o drone entrega?

O drone deve ser usado para entregar os produtos que os clientes têm mais pressa em receber.  Baterias, produtos de farmácia e medicamentos estão entre os itens que muitas vezes precisam estar nas mãos do comprador em até uma hora – constatação feita a partir  de rastreamento feito pela Amazon nos últimos 12 meses, desde que o serviço foi lançado. É preciso ter cuidado em relação à resistência desses produtos,  já que em muitos casos o drone solta o produto de uma altura média de 3 metros até o chão para finalizar a entrega – embora haja também a opção de aterrissagem no solo.

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“O tempo está cada vez mais valioso e receber o produto comprado em casa o mais rápido possível é um desejo latente do consumidor. E a entrega rápida traz mais engajamento desse cliente com a Amazon, portanto, ele volta a comprar com a gente”, explica Sara Mathew, vice-presidente global de experiência de entrega, também durante apresentação no evento da varejista.

Diante dessa demanda do consumidor, os clientes elegíveis de College Station, no Texas, poderão receber seus medicamentos por meio de drone dentro de 60 minutos após o pedido na Amazon e terão acesso a mais de 500 medicamentos, que tratam doenças comuns, incluindo gripe e asma.

Um farmacêutico garantirá então que os medicamentos sejam carregados e transportados para a casa do cliente em uma hora”, segundo Vin Gupta, médico pneumologista, que trabalha na Amazon e lidera o departamento de saúde.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.