Publicidade
O total de mortos após a operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, pode ultrapassar 130, um dia depois da ação mais letal já registrada no estado. Na noite anterior, o governo do Rio havia informado que 64 pessoas haviam morrido, 60 suspeitos e quatro policiais. Mas, moradores levaram pelo menos 74 corpos à Praça São Lucas, na Estrada José Rucas durante a madrugada nesta quarta-feira (29).
O secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, disse que os corpos da praça não constam da contagem oficial. Segundo ele, a corporação irá realizar uma perícia para confirmar se há relação entre essas mortes e a operação.
Tudo indica, no entanto, que o número de mortos pode chegar a 138 e superar o massacre do Carandiru, em 1992.
Planejamento financeiro
Baixe gratuitamente!
Os corpos foram encontrados na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram os confrontos entre forças de segurança e integrantes do Comando Vermelho. Moradores relataram que ainda há vítimas no alto do morro.

“Parece Covid”: Rio tem madrugada vazia após dia de megaoperação
Depois do dia de caos e terror, cariocas esvaziam ruas e bares durante a noite e a madrugada

Forças Armadas rejeita ação militar no Rio com blindados sem GLO; saiba os motivos
Oficiais alegam impedimento jurídico para não atuar e falta treinamento para combater a violência urbana
O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, disse ao g1 que tomou conhecimento da presença dos corpos na praça e que o caso está sendo investigado.
Durante a madrugada, moradores também levaram seis corpos em uma Kombi até o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. O veículo deixou o local logo após o desembarque.
Continua depois da publicidade
A operação, deflagrada na terça-feira (28), tinha como alvo integrantes do Comando Vermelho escondidos nos complexos da Penha e do Alemão. A ação envolveu cerca de 2,5 mil policiais e promotores do Gaeco/MPRJ, com 81 presos e 42 fuzis apreendidos.
Cidade volta à normalidade após mais de 12 horas de bloqueios
Após mais de 12 horas de retaliações atribuídas ao Comando Vermelho, o Rio de Janeiro amanheceu sem vias interditadas nesta quarta-feira (29). Segundo o Centro de Operações e Resiliência (COR), a última via a ser liberada foi a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, sentido Jacarepaguá, às 2h45.
Pouco antes das 6h, o prefeito Eduardo Paes informou que a cidade havia retornado ao Estágio 1, o nível de normalidade, depois de permanecer 16 horas no Estágio 2, que indica ocorrências de alto impacto com potencial de agravamento.
“Estamos voltando a Cidade pro Estágio 1. Modais operando normalmente, cidade fluindo com normalidade. Permanecemos atentos. Informem-se por canais oficiais!”, escreveu Paes nas redes sociais.
De acordo com o g1, criminosos incendiaram e usaram ônibus e outros veículos como barricadas em diversas vias. O Rio Ônibus informou que 71 coletivos foram tomados e 204 linhas ficaram paralisadas. Corredores importantes, como a Avenida Brasil, as linhas Amarela e Vermelha e as rodovias BR-101 e BR-040, chegaram a ser bloqueados.
No meio da tarde de terça-feira, as empresas de transporte determinaram que os ônibus retornassem às garagens, o que deixou muitos passageiros a pé. Houve casos de moradores que caminharam até 5 quilômetros para voltar para casa.
Continua depois da publicidade
(com G1, Reuters e Estadão Conteúdo)