Entregadores de aplicativo de todo o Brasil anunciaram uma greve nacional entre os dias 31 de março e 1º de abril, para reivindicar melhores condições de trabalho e reajustes na remuneração. A mobilização é organizada por associações e coletivos da categoria e pode envolver até 1,8 milhão de entregadores e mototaxistas.
Planejamento financeiro
Baixe gratuitamente!
Entre as principais demandas estão:
- Taxa mínima de R$ 10 por entrega;
- Aumento do valor por quilômetro rodado, de R$ 1,50 para R$ 2,50;
- Limitação do raio de atuação para bicicletas em até 3 km;
- Pagamento integral por pedidos agrupados (quando mais de uma entrega é feita em sequência).
Além das reivindicações econômicas, os organizadores também denunciam práticas antissindicais, como incentivos financeiros oferecidos por empresas para desestimular a adesão ao movimento.
Debate institucional em andamento
A paralisação ocorre em meio a um contexto de debates sobre a regulamentação do trabalho por aplicativos. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) já finalizou o relatório do projeto de lei complementar 12/2024, que mantém a categoria como profissão autônoma, sem vínculo empregatício pela CLT.
O texto foi construído ao longo de dez meses de negociação entre governo, empresas e representantes dos trabalhadores, e enviado ao Congresso em fevereiro. O projeto prevê:
- Contribuição ao INSS de 7,5% sobre parte dos rendimentos;
- Remuneração mínima proporcional ao salário mínimo;
- Direito à sindicalização;
- Contribuição patronal à Previdência pelas plataformas.
O tema também está sob análise no Supremo Tribunal Federal (STF), que deve julgar ações sobre a natureza jurídica do trabalho em aplicativos, incluindo discussões sobre vínculo empregatício e direitos trabalhistas.
