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Tesla: buyout?

Com mais um tweet ilegal, nem mesmo o primeiro esse ano, Musk fez as ações da Tesla dispararem no pregão de terça-feira. Quais serão as consequências?
Por  Marcelo López
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

O mundo financeiro foi chocado com mais um tweet de Elon Musk sobre a Tesla. O part-time CEO anunciou que tem intenção de fechar o capital da empresa a US$ 420/ação, um prêmio de cerca de 20% sobre a cotação da semana passada, e que já havia assegurado os recursos para tal.

Segundo Musk, essa mudança seria melhor para a Tesla, pois ao abandonar o mercado público de ações, a empresa não seria obrigada a tomar decisões de curto-prazo para reportar um bom trimestre e focaria mais no longo-prazo.

Esse pensamento é bem equivocado, na minha opinião. Primeiro, a Tesla se beneficiou enormemente da sua posição de empresa de capital aberto. Isso deu a ela exposição global e acesso ao mercado de capitais, que ela certamente não teria se fosse empresa de capital fechado. Além disso, as várias emissões de ações que a companhia fez nos últimos anos, a preços estratosféricos, só foram possíveis porque a Tesla é uma empresa de capital aberto.

Mas pensando um pouco sobre esse anúncio de fechamento de capital, é bom saber que a Tesla não é a típica empresa que fundos de buyout procuram. Esses fundos gostam de empresas lucrativas, que cospem dinheiro e que podem ser alavancadas. A Tesla destrói valor, consome caixa e já está bastante alavancada.

Fazendo contas bem básicas, o valor total da empresa (EV) é de US$76 bilhões. Assumindo que Musk mantenha sua posição (é o mínimo que podemos esperar), o valor total a ser financiado é de US$64 bilhões. Claro, alguns acionistas iriam aceitar a proposta, mas a maioria ia sair nesses níveis. Uma aberração.

Com o tweet, Musk conseguiu mais uma vez tirar a atenção da situação precária que se encontra a Tesla e desviar o foco para outro assunto. Não foi a primeira vez, nem mesmo esse ano… Além do mais, a dica foi que Musk aceitaria uma proposta dos árabes, justamente contra os quais a Tesla foi criada (Big Oil).

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Leia mais: Tesla ganha US$ 6,4 bilhões de valor com tuíte “ilegal” de Elon Musk

Passando por cima da regulamentação americana, que exige que uma empresa que queira sair do mercado envie para a SEC um formulário 13E-3 (o que Musk não fez), temos dois cenários: a empresa vai conseguir algum investidor para pagar toneladas de dólares por uma empresa quebrada – e ainda vai ter que investir mais um tanto, ano após ano, para que ela não quebre de vez ou ele vai ter que responder à SEC sobre esse e vários outros tweets que foram enviados apesar da regulamentação.

O número de advogados olhando para esse negócio agora deve ser assustador. Quantos processos serão abertos contra Musk e a Tesla é algo para acompanhar.

Sem dúvida, o investimento (ou venda a descoberto) na Tesla não é para os que tem problemas de coração. O zigue-zague é enorme e as ações de Musk fazem com que a volatilidade seja ainda maior.

No meu lado, continuo apostando contra a empresa. Agora ficou até mais simples, pois o upside, se existe mesmo, está definido (US420), mas o downside é muito maior (US$0). Trade carefully.

Marcelo López Marcelo López tem certificação CFA, é gestor de recursos na L2 Capital Partners, com MBA pelo Instituto de Empresa (Madrid, Espanha) e especialização em finanças pela principal escola de negócios da Finlândia (Helsinki School of Economics and Business Administration). Atuou como Gestor de Carteiras e de Fundos em grandes gestoras internacionais, tais como London & Capital e Gartmore Investment Management.

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