Sarkozy busca trégua, mas Israel sinaliza que manterá ofensiva na Faixa de Gaza

Ministro da Defesa confirma que mais de 500 foram mortos com ação militar; União Européia pressiona por resolução

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SÃO PAULO – Pelo décimo dia, as forças militares de Israel mantêm ofensiva contra militantes do grupo político palestino Hamas na Faixa de Gaza. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, chegará à região nesta segunda-feira (5) em busca de um cessar-fogo, mas declarações de autoridades palestinas indicam que o conflito deverá prosseguir.

“O Hamas sofreu um duro golpe nosso, mas temos ainda que atingir os objetivos e, portanto, as operações continuam”, declarou o ministro da defesa israelense, Ehud Barak, que também confirmou os números de aproximadamente 500 mortos e 2,2 mil feridos, desde o início da atual ofensiva.

Inicialmente caracterizada por intensos ataques aéreos, a ação impetrada por Israel passou a contar com tropas terrestres desde o último sábado (3), a fim de neutralizar as possíveis bases do Hamas que ameaçam o sul do país em ataques com mísseis, de acordo com declarações de autoridades desde o início do conflito. Tais ataques causaram a morte de quatro israelenses.

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Diplomacia

Aproveitando o espaço deixado pelos EUA, envolvidos com o processo de sucessão presidencial, a União Européia busca liderar a resolução do conflito, algo reforçado pela chegada do presidente francês à região. Crítico da ação israelense, Sarkozy espera obter uma trégua, ao mesmo tempo em que o Hamas revelou enviar representantes ao Egito.

Embora não constitua formalmente um Estado, a região da Faixa de Gaza era administrada pelo grupo Hamas, de orientação islâmica e oposição radical a Israel, ao contrário do Fatah, grupo de atuação mais moderada que comanda a Autoridade Palestina e administra a Cisjordânia.

Dificuldades

Com o cerco israelense à cidade de Gaza, maior concentração urbana da região – caracterizada pela grande densidade populacional -, e o impedimento do acesso de jornalistas estrangeiros à região, as informações passadas sobre o conflito são de difícil confirmação.

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Todavia, organizações de ajuda humanitária e as Nações Unidas ressaltam o grande número de civis atingidos, bem como as fortes restrições à entrada de carregamentos com ajuda humanitária.